Mais um ano que se vai, e para o ano que vem tenho poucas, mas importantes pretensões. Como o caderno novo no começo do ano escolar, quero que o ano que vem ao menos comece bem. Sendo assim, se terminar de um jeito ruim, ao menos o começo foi a salvação. Desejo apenas que consiga me inspirar, fazer coisas boas e quem sabe escrever muito. Tenho alguns planos que ainda não sei se sairão do papel, muito embora pouco importe. Se não saírem ano que vem, fica para 2012 ou para mais tarde. O principal em 2011, é que a inspiração de boas ações e bons trabalhos me acompanhe. Quero fazer as coisas com mais prazer, continuar tentando como nesse ano, mas com mais vontade de fazer. Se esse novo ano, for como o ano que finda, já está de bom tamanho; espero que supere este, entretanto ficando igual e não pior, é um bom passo. Sei que o fim de ano não passa de uma data e, se não for por mim, nada mudará; mas acredito que estou caminhando numa estrada de boa evolução e, se nada me interromper, o período dos próximos 365 dias será cheio de crescimento e evoluções. Assim espero. Quem sabe nesse embalo e ritmo não trago novos e melhores textos. Há uma possibilidade. Que o novo ano tenha um começo formidável para todos.
terça-feira, 21 de dezembro de 2010
quinta-feira, 16 de dezembro de 2010
Espaço é o cú da velha.
É tudo sobre espaço, mas um espaço muito ilusório. Ninguém faz nada por puro altruísmo, e hoje tão menos por qualquer tipo de altruísmo. Não é muito generalizar, parece que só assim se consegue chamar a atenção das pessoas. Só se consegue atenção quando se mexe no “calo” dos outros. Hoje nada mais é pelo mental, sentimental ou espiritual; digo hoje porque é o que vivo, no entanto essa “decadência” é de tempo, muito embora somos evoluídos com relação ao passado. É uma contradição do caramba; ao menos para mim. Ninguém mais viaja ou “viaja” pra sentir a brisa. Carros voam nas estradas e pessoas voam em baladas só querendo chegar. Seja lá onde for. Eu dirigi bastante na estrada nesses últimos dias, e percebi uma certa euforia dos motoristas na busca por espaços. Ninguém sabe esperar. Imagino como deve ser a foda de uma pessoa que não é capaz de esperar meio minutos pra ultrapassar um carro. Alguém daqui trocaria a vida por um minuto a mais de sono? Pois existem centenas, milhares ou quem sabe quantos loucos que não pensariam duas vezes. Sendo assim, não sei porque os filmes dificultam tanto a compra e venda de “almas”; se fosse o diabo pararia numa estrada e a noite contaria o faturamento.
O pior é que o espaço não se trata só de vai-e-vem de carros. O ESPAÇO se encontra em todo lugar. O homem pouco se importa em conquistar alguma mulher, normalmente só busca um espaço nas bocetas soltas por ai. O que deveria interessar está muito mais fora de foco do que parece. Pessoas tiram fotos não para recortar, mas sim para ocupar os espaços pela internet; seja no Orkut, Facebook, ou no caralho que preferirem. Ainda há quem mantenha velhos hábitos, o de conquistar alguém, no entanto não passa de outra “conquista de território”. É tudo sobre espaço.
Ah, que pretensão sem rumo que as pessoas têm. Comem pra engordar, correm pra emagrecer; tudo está no físico a material. Garotos provavelmente nem pensam mais em comprar uma primeira “Playboy” às escondidas. Ta tudo na internet. E não que isso seja ruim. Mas um dia ouvi falar que o melhor da masturbação é quando se consegue criar as próprias “imagens”. Depois disso, no entanto, provavelmente já se tem sexo todo dia ou quase isso. Mas no fim nada disso é sobre sexo, trata-se apenas de uma demonstração. Tudo está mais complicado, por outro ponto é tudo mais acessível. É uma destruição em massa. Cada vez mais as pessoas ficam burras. Em contrapartida existem sempre aqueles que “buscam conhecimento”, como já diria nosso E.T. Bilu. Isso é o que mais me dá gás pra continuar. Outro dia eu via uma reportagem sobre uma cidadezinha na Itália, e lá as coisas pareciam fluir muito melhor. O tempo meio que “parou”, e não havia tanta preocupação como ilusório, como aqui e em quase todo o mundo.
Não encontro explicação coerente e simplória pra descrever o quão idiota as pessoas são. Inclusive eu. O pior do ignorante que vive como se o mundo fosse acabar amanhã, é o que vive desse jeito sabendo que o faz.
Eu digo que é tudo sobre espaço, porque cada um quer o seu posto, independente do que derrubar pela frente. Isso é o mais estúpido que um ser humano pode chegar; vinte e seis mil é o que vai passa a ganha um parlamentar de salário. Diz-se que cada parlamentar custa coisa de cento e dez mil reais por mês aos cofres públicos. Tem noção? Cara, eu racharia lenha das 6 da manhã às 8 da noite todo dia pra ganhar isso. Ô absurdo do inferno. Nós dividimos tudo por espaços e é assim que é. As pessoas se acostumaram a terem seu espaço e brigarem por ele. Neguinho tem que se foder mesmo, quem sabe mude essa concepção tão broxante.
quarta-feira, 8 de dezembro de 2010
Objetivos subjetivos
Sempre tive problemas com objetivos, mas isso não me impediu de completar alguns. Acho tonto o fato das pessoas que passam a vida planejando algo. Não vivem sem planos, mesmo que eles não se efetuem, o negócio é planejar. Eu era esse tipo de pessoa, e talvez até hoje seja. Mas vivo menos ligado hoje. Tenho dias e dias, mas na maioria tento me desligar de metodologia e apenas fazer. Entretanto há certos dias que acordo desesperadamente metódico, o que deixa em ruínas todo o meu trabalho para desmistificar o andar da vida. Plano é uma coisa meio idiota, necessária, mas idiota. As pessoas simplesmente colocam tudo que imaginam que vá acontecer num papel e se preparam para qualquer imprevisto. Normalmente, para mim, tudo acontece diferente.
Eu tenho uma séria aversão a objetivos planejados. Não consigo seguir um plano. Normalmente vou somente até a metade. Contudo não consigo largar de uma hora pra outra o meu “eu metódico”. Eu tenho certos costumes que me deixam cada vez mais “enojado”. Preciso de uma margem de segurança, obviamente pra me sentir seguro. Considero digno quem consegue viver sem tais margens. Por mais que sejam chamados de loucos, considero esses “aventureiros” os certos. Eu tenho uma dificuldade em manter as coisas do mesmo jeito. Quem dirá planejando. Talvez por isso, é que praticamente tudo que eu muito planejo fica pela metade. O único problema, é que, embora não goste de planejar, eu não consigo parar de planejar.
Sabe aqueles dias que se acorda sem nada na cabeça? É desses dias que eu gosto. Muitas vezes acordo já pensando em certas metas para o dia, e isso me incomoda. Preferiria acordar e simplesmente ver o que acontece, sem tanta preocupação, afinal no outro dia eu posso retomar, se algo sair errado. Não gosto de rotina, embora ela me dê segurança. Minha vida é uma filosofia controvérsia. Eu penso algo, mas não consigo seguir meus pensamentos. Isso sim é um problema. Admiro quem vive de um jeito mais tranquilo. E, não que minha vida seja tumultuada, mas eu tenho mania de viver uma rotina que não me agrada. Por exemplo, o fato de dormir e acordar sempre na mesma hora ou aproximada me atordoa. Gosto de dormir cedo, pelo menos de uns tempos pra cá, tanto quanto gosto de acordar cedo, mas às vezes gostaria apenas de mudar isso.
Eu, desde sempre planejei, e tenho tentando mudar isso. É complicado, mas necessário. Acho que cada um de nós deveria encontrar algo que realmente gosta de fazer, não considerando simplesmente o fato de quanto e como se vai ter algum retorno. Trabalhar deveria ser muito mais um prazer. Tipo: “hoje eu to meio estressado, prefiro pegar leve, fazer isso e deixar aquilo pra amanhã”, sei lá algo que não necessitasse de uma rotina coordenada independendo do que se passa com a subjetividade de cada um. A maioria das pessoas e especialistas gostam de dizer que o trabalho não deve ser misturado à vida pessoal; eu discordo, acho que deve sim ser misturada com a vida pessoal. Se eu quiser ser um palhaço, o mínimo é que eu tenha senso de humor no meu dia-a-dia. Acho que as coisas deveriam ser mais homogêneas, menos obrigação e mais prazer. Menos dinheiro e mais vontade. É isso, a vontade e o prazer que devem ser a faísca que incendeiam o trabalho do homem. É burrice viver diferente. Ainda vivo pelo lado errado, mas com certeza ter me dado conta de tal fato já é um passo à frente que dou.
quarta-feira, 1 de dezembro de 2010
Esquecendo
Se eu tentasse unir todas as ideias num pedaço de papel, seria inevitável que inúmeros fatos passassem batidos. São tantos pensamentos constantes, tantas visões passageiras, pensamentos que simplesmente se esgotam por falta de cultivo. Há de se entender que o número de informações recebidas é imensamente maior que o útil e, constantemente, o filtro da minha cabeça falha ao separar o lixo. Imagine se escrevesse a história da minha vida; será que contaria tudo que gostaria de contar? Duvido muito. Às vezes eu leio uma porção de coisas, mas não sei dizer o que de fato quero sobre as leituras. Quantas vezes quis citar autores, trechos ou simplesmente os títulos, entretanto era como se os livros jamais tivessem estado sob meus olhos. Acho que é simples falta de concentração. Agora mesmo tento lembrar-me de um livro, algo recente que eu tenha lido, me vem muita coisa à cabeça. O esquecimento parece não ser tão rigoroso assim.
Talvez, e muito provavelmente, a seleção “natural” das informações não seja a melhor saída. Mas alguém sabe burlá-la? Sinceramente não creio que as dicas da televisão resolvam alguma coisa. Eu simplesmente esqueço e, embora reclame, isso torna as coisas mais emocionantes. Sinto, de fato, quando o conhecimento e as informações descem ralo abaixo; por vezes tomo até como perda de tempo o estudo que tive para obter aquilo, mas não, a fração de tempo que fui contemplado pelo conhecimento já é válida.
Vejo pessoas que não querem envelhecer, eu cismo por não esquecer. Será possível? Meu intelecto tem chances mediante o esquecimento? Talvez tenha. Gozo, ao menos, da possibilidade de manter o saber vivo. O meu saber que vale mais que mil poções de “imortalidade”. Afinal, meu corpo pode perecer, contudo o espírito jamais, com ele ficará todo o meu saber.
Eu acredito no esquecimento, mas então por que não esqueço aquilo que quero? Por que lembranças do meu saber vão embora, mas lembranças que entristecem vêm à tona? Dizem alguns, que o esquecimento da infância é por ter sofrido algo traumático. Eu não tive uma infância traumática, mas por que não a lembro? E outra, por que os verdadeiros traumas não vão embora? Queria eu controlar com perfeição todo o esquema da memória. Talvez eu não queira esquecer, mas são lembranças que embaraçam, dão um friozinho na barriga e muito pouco trazem alegrias. Pergunto-me ainda, por que coisas que passaram, pensava eu até estarem enterradas, voltam? Vêm à tona lembranças que não quero esquecer, mas seria melhor se não as lembrasse. Como na leitura de um livro, posso não lembrar os mínimos detalhes, entretanto o sentimento da história continua vivo, de forma a desencadear uma série de conflitos. Faz parte da seleção, uma seleção que com certeza eu não teria coragem de fazer. O esquecimento faz parte, mas ainda não sei se quero ou não tê-lo.
sexta-feira, 26 de novembro de 2010
Preconceito
Parto do princípio que o respeito é fundamental. Digo isso não por clichê, mas sim por necessidade. De fato eu não sou a melhor pessoa para pregar sobre o que é certo e errado, entretanto desde os primórdios, soube que o respeito vem sobre qualquer outro princípio. Todos os objetivos morrem se até eles houver alguma falta de respeito. Admito que, o orgulho é um dos princípios da falta de respeito, e, do mesmo modo, admito o quanto é burrice tê-lo. Não sei bem se por herança ou algum outro motivo, mas eu tenho um tipo de aversão a alguns “grupos”. Tenho o direito de tê-lo, na minha visão. Errado ou certo eu sou liberto para pensar no que pode ou não ser errado, contudo devo dar a liberdade àqueles que divergem dos meus pensamentos. Sei que pode até parecer baboseira e hipocrisia eu estar falando isso, ainda mais para quem me conhece. Mas não é.
Sinceramente eu não lembro, até hoje, de ter feito algo de ruim para alguém pela sua cor, opção sexual, etnia ou alguma outra característica física; lembro, no entanto, de proferir diversas palavras de julgamento – mesmo que errôneo – sobre muitas características que não vêm ao caso. Agora eu pergunto, porque eu não posso pensar aquilo que quero? Preconceito? Não, opinião. Vejamos um exemplo: digamos que eu esteja a procura de um relacionamento, e ao encontrar alguma garota tente investir todo o meu “amor” nela, porém a mesma garota, não tem interesse nenhum em algo sério, apenas quer se divertir. Pergunta: tenho eu o direito de achar que ela está errada? Tenho. Mas tenho também o direito de espancar ela por isso? Acho que não. Acho-me em total direito de gostar ou não de uma pessoa que opta por outra religião, sexo ou mesmo seja de outra etnia, embora não por isso vá desrespeitá-la.
Temos um grande equívoco quando se trata de preconceito, há uma limitação quanto ao significado da palavra. Tomar um pré-conceito é direito de qualquer um, entretanto não se pode punir alguém por um conceito pré-concebido. Há uma diferença. Entendo como O CRIME a punição a uma vítima de preconceito e não o preconceito em si. É fato que devemos aceitar as pessoas do jeito que são, e por mais difícil que pareça entender que ninguém jamais será igual àquilo que queremos. Mas impedir a liberdade de pensamento? Acho que não. A não aceitação de outra raças ou de outras opiniões está “pregada” na alma do ser humano, seja com pessoa negra, branca, parda, homossexual, heterossexual, católica, evangélica, espírita. O homem é criado preconceituoso e assim continua.
O fato do preconceito é apenas uma visualização mais clara da falta de respeito com o próximo. Uma pessoa não logra outra por ser negro ou branco, o único motivo que a leva à isso é a falta de respeito com o próximo. Hoje, parece ser errado ser rico; trabalhar e ser rico é o pecado do século XXI. Vejam só:
CASO I – Manchete de Jornal: MORRE ATROPELADO JOVEM DE 17 ANOS;
Notícia: Jovem voltava do trabalho e ao atravessar a rua é morto por um caminhão que perdeu o freio e o atropelou.
Entrevista com os pais do jovem: É muito difícil a perda de um filho, “nóis” é pobre e trabalhador e acontece isso; eu quero justiça.
Por que a ênfase ao “pobre”? Será que essa gente pensa que o rico também não morre? Ou talvez achem que Deus “escolhe” apenas os pobres para vítimas de acidentes? O pobre tem tanta possibilidade de morrer quanto o rico, mas as pessoas adoram ser as vítimas mediante os outros.
CASO II – Manchete de Jornal: JOVEM DE CLASSE MÉDIA MORRE BALEADO PERTO DE FAVELA AO VOLTAR DA FACULDADE.
Alguém já experimentou dizer: “também, a gente é rico, ai essa “pobralhada” vem estraga com a nossa vida”. Imaginam a repercussão?
O preconceito é muito mais do que jornais sensacionalistas indicam, preconceito é a falta de respeito não com a raça tal ou o sexo tal, preconceito é falta de respeito em geral. Falta de respeito com tudo. O pensar, pra mim, não é crime; o agir sim. Há muito mais, só que as pessoas simplesmente não querem ver. Esse é o problema.
terça-feira, 16 de novembro de 2010
quinta-feira, 14 de outubro de 2010
Revolta
O pior é que os petistas se dizem, de fato preocupados com o futuro do país se o PSDB tomar o poder novamente. Talvez até uma ditadura militar, há quem diga. Sempre pensei que isso fosse coisa de conservadores como eu. “Se o PT tomar poder? Regime comunista, certamente”, olha que não há muito eu ainda proferia tais palavras. Hoje sei que não, embora alguns ainda acreditem nessa burla. Sempre há “medo” do novo, e aproveitando-se disso é que mal intencionados usufruem do povo leigo. Preocupação com o PSDB no poder? Claro, parece que teremos que pagar um quinhão de nossos lucros para eles. Oh, não, já fazemos isso. Tudo bem, talvez entre a ditadura, talvez não teremos liberdade de expressão e tampouco liberdade de imprensa. Oh, isso também já temos, não? Ou ninguém lembra mais que há pouco comediantes foram proibidos de fazer piadas com os políticos? Talvez não se lembrem que o “Estado” (jornal O Estado de S. Paulo e o Portal Estadão) foram proibidos de publicar informações sobre o Sarney, o próprio que foi tão polêmico no governo petista e nada nosso presidente fez a respeito. Mas tudo bem, a “ditadura” vem mesmo é com o PSDB. Quem conhece o Serra? Ah, nosso candidato, pois é, ele fugiu durante a ditadura. Oh, que surpresa.
O que me indigna mesmo é que aqui no Rio Grande do Sul, o CPERS, “afilhado” por assim dizer do PT, “queimou” nossa governadora a três por quatro e o pior, sem nenhuma prova; mas queimou. Esquerda e direita não se distinguem muito nos dias de hoje. Tudo é interesse, porém há “esquerdistas” que falam mal quando alguns dizem que PT é comunismo, entretanto, enchem o peito para igualar PSDB à ditadura. Outros tempos, outros ideais. Preocupação com a tomada de posse do PSDB novamente? Me deem licença. As pesquisas dizem que Lula tem quase total aprovação da população brasileira, quero saber onde está essa aprovação, se o que vejo são pessoas caçoando do nosso líder quando ele entra no assunto. Mas tudo bem, pesquisas não mentem, ou mentem? É como acreditar que o Criança Esperança é totalmente altruísta. Publicar um texto defendendo este ou aquele é direito de qualquer um, porém ninguém tem o direito de invadir o meu espaço querendo me fazer crer em opiniões sem argumentos. O tal de: “este é melhor porque é”, funciona com criança e leigo, comigo não. Opinião não é argumento, argumento é uma construção de fatos que levem em conta sua veracidade (ou não), ao menos não se deem o trabalho de dizer: “mas tudo isso não quer dizer que eu esteja defendendo a Dilma, não estou pedindo voto pra ela”; então ta pedindo voto pra quem? É muito fácil ficar em cima do muro, isso é desrespeitoso, no mínimo indigno de um cidadão que se diz de opinião e ativo. Eu ao menos meto a cara a tapa pelo que digo e falo com toda a coragem: eu voto no Serra, e não votaria no Lula, tampouco na Dilma nem pela mais alta quantia; pra mim, esse “desenvolvimento” do país não passa de algo natural, fruto de trabalho de anos – incluindo o do Lula – mas não somente dele. Medo do PSDB? E uma guerrilheira como a Dilma, ninguém teme? Não me venha querer falar em medo, pois este tom “revolucionário” não cola mais. Indigno é o homem que opina em cima do muro e ainda tem coragem de denominar sua “opinião” como argumento. Me dê licença; eu nunca invadi a casa de ninguém pra atirar merda no chão, porque invade meu email pra atirar asneiras sobre essa “guerrilheirazinha” de quinta? Eu voto Serra, e digo porque: essa gente que está no poder nunca representou (pra mim) alguma evolução. Apropriaram-se da modernização certa do país, depois de trabalho árduo de tantos outros, como sendo "NOSSO TRABALHO". Pois bem, companheiros, cada um tem os representantes que merecem, acho injusto eu e tantos outros pagarem pelo resto; sei que “os incomodados que se retirem”, e isso é só questão de tempo, já vi que o jeito é fazer isso. Mas eu não obriguei ninguém a ler, ou no mínimo apagar isso das suas caixas de entrada, obriguei? Quem aqui ler, é por única e pensada vontade.
terça-feira, 5 de outubro de 2010
O começo de alguma coisa
Eis que minhas primeiras lembranças apareceram. Apesar de confusas, eram memórias vívidas; parecia um filme o qual eu assistia, mas ao mesmo tempo estava no meio de toda encenação. Foi mais ou menos assim que tudo começou, ou melhor, recomeçou.
Sabe aqueles dias que tudo dá errado? Algo me dizia que este era um desses. Tudo que eu lembrava era de ter saído para trabalhar e, repentinamente chegar ali, aliás, acordar ali; infelizmente não sabia qual meio me trouxera até o hospital. Contradizendo a minha teimosia em dizer que: “só entro num hospital se for pra sair num caixão”, eu estava ali, vivinho “da Silva”. Opa, opa, espera um pouco! Ou será que morri? – “Enfermeira!!!” – “Oi Airton, ainda bem que acordou, deseja algo?”, Airton, esse era meu nome, já havia esquecido. ‘Esquecer’, pelo jeito não me livraria tão cedo desse carma. – “Sim, sim. Desejo saber se morri!” – “Que absurdo homem! Não diga uma coisa dessas, mais vivo que o senhor nem eu estou.” A enfermeira saiu sorrindo e, pelo menos este mistério estava resolvido.
A minha vida sempre foi muito tumultuada, porém agora a paz reinava junto com o silêncio dos corredores. Tudo começou quando eu tinha lá meus doze anos, foi neste momento que eu ingressei de vez na vida. Meu pai sempre teve um jeito brigão, era um cara sisudo, de poucos amigos. Esse jeito dele com os outros nunca me incomodara, o que não compreendia eram os motivos de ser assim comigo. Eu sabendo que nadar contra a corrente era esforço em vão, certo dia escolhi apenas ignorar. Éramos duas pessoas distantes dentro de casa. Talvez o amigo leitor pergunte: “e tua mãe?”, se souberes onde ela está, me diga.
Não consigo definir qual seria o melhor motivo para meu pai me matar, ser viado ou vagabundo; por via das dúvidas decidi não arriscar, desde cedo encontrava pornografia em qualquer lugar, e aos doze anos resolvi procurar um emprego. Embora minha infância tivesse sido um tanto quanto louca, o que estava me deixando puto era não saber o que fazia naquele hospital, e o pior, tampouco saber onde ficava o tal hospital. A única coisa que eu escutava era: - “o médico já vem!” ah, já vem? Quando? Em 2020? Isso me remeteu à outra questão: em que ano estamos? Isso, e nenhuma enfermeira por perto; não sentia mais nada, só a dor irritante da minha cabeça. É melhor dormir e dar mais um tempo, pensei pra mim.
No segundo dia de vida – no hospital – tudo parecia normal, tirando duas mulheres que chegaram, em horários distintos, e só disseram: “não é ele”. Acordei com a luz do sol batendo na minha cara e a enfermeira cantarolando uma marchinha dos anos sessenta. – “Em que ano estamos, moça?” – “Moça? Deixa disso, pode me chamar de Zeti.” Tentei saber qual nome “Zeti” abreviava, mas não me veio nada em mente; será que era só Zeti e nada mais? “ah, quanto ao ano, estamos em dois mil e doze.”, “tudo isso? Dormi por quanto tempo?”, “alguns aninhos, querido; é normal não recordar.” Zeti saiu da sala, me surpreende cada vez o sorriso que em nenhum momento deixa seu rosto. Pois bem, estava eu ali, não sabia onde estava, o porquê e, tudo que me falaram havia sido meu nome e o ano. Ali, sem nada pra fazer a não ser dormir. Perto das sete da noite, entrou outra enfermeira nenhum pouco simpática, me deu alguns remédios e pediu que dormisse; o outro dia seria cheio de exames. “Exames? Mas do quê? Pra quê?”, nem vi ela saindo do quarto, apaguei feito um bebê recém amamentado.
quarta-feira, 22 de setembro de 2010
Propaganda
Ainda há aquelas que salvam. Sim, algumas propagandas têm o poder, por assim dizer, de nos livrar do mal contemporâneo. Pois se já não bastasse a interrupção desconfortante que há na programação televisiva, ainda nos põem de frente com “activias” da vida. Talvez esteja me iludindo ao pensar que meus tempos de criança trouxeram-me muito mais graça tratando-se de criatividade, muito embora os fatos me deem razão. Pra piorar – como se tivesse jeito – não mais se passa uma vez por intervalo a publicidade de um produto; são inúmeras as vezes. É muito contraditório uma emissora de televisão que prega frases como: “feita para você” – perdão, existe mesmo alguma emissora que fala isso? Acho que já ouvi – viver para os patrocinadores. Entendam-me que não há aqui um mal julgamento, todos precisam de ganha pão, mas compreendo ser errado essa “auto-propaganda” enganosa.
Vejam bem, existem algumas emissoras de televisão que empregam muito bem seu tempo comercial, dividindo democraticamente o interesse e entretenimento do telespectador com o interesse capitalista da empresa. Por outro lado, há quem divida o tempo tão “contra” o telespectador, que não sabe-se ao certo se acompanhamos um programa com intervalos ou um “tele-shop” com passagens de diversão. Pouco sou, e isso compreendo, perante os milionários da TV, entretanto, sinto-me injuriado quando levo uma hora para assistir um programa de quarenta minutos. Normalmente durmo nos intervalos, isso é fato. Programação de graça dá nisso.
Faça-se pouco caso da humildes emissoras e vamos ao que interessa. Mais do que qualquer um que impões tempos absurdos de intervalos, é agravado o caso de publicitários sem criatividade; já pensaram em cursar administração? – longe de mim fazer melhor, por essa e por outras que nunca levei adiante a ideia da publicidade. Há tanta coisa boa nesse ramo, e graças à esses – como já citado no princípio de tudo – é que continuo gostando de assistir propagandas. Os bons não são apagados pelos “maus”. Com toda sinceridade, não sei se me sentiria feliz fazendo alguns comerciais que giram a telinha do país. Não desmereço o trabalho de ninguém, afinal o pão não provém apenas daquilo que se tem gosto, mas minha opinião não muda.
As propagandas de rádio são tão diferentes. Notam o quão melhor é a narrativa de um jogo de futebol na rádio comparado à TV? Pois não dizem que um sentido é aguçado quando outro se perde? Fazer propaganda criativa – não apenas anúncios – para rádio, provavelmente requer uma criatividade tão mais apurada. Trata-se dos meios. Um requer mais que o outro. Na televisão qualquer bunda vende uma cerveja, no rádio, nem palavras proferidas pelos lábios carnudas de Angelina Jolie teriam essa persuasão. Alguém já viu uma revista tentar vender um produto através de um texto? Não? Eu não. As imagens é que vendem. Talvez seja este o problema de darmos tanto valor para a aparência e não para o “ser” do ser. Eu realmente fico impressionado com o alto teor de pessoas manipuláveis que habitam este planeta. Se eu tivese um desejo, pediria que todos os seres, os humanos, para precisar, tivessem o máximo possível de instrução, conhecimento e, olha só, vontade de aprender! Pensando bem, eu precisaria de dois pedidos, um para pedir que eu fosse uma pessoa super altruísta, assim não usaria meu pedido pra enriquecer ou trazer conhecimento somente para mim; muito embora dois pedidos pudessem fazer estrago maior ainda, poderia usar ambos para proveito próprio! Isso é um ciclo interminável, é melhor ficar sem desejos. Pra finalizar, aspiro que tenhamos alguém que presida o país com alguns dos desejos de um “eu” super altruísta. E se essa pessoa usar seu poder apenas pra seu benefício também? Tudo bem, estamos perdidos, e agora isto é o fato. Talvez ao menos consigamos alguém que saiba ler e escrever. Será? Acho que não; ta ai a televisão mais uma vez! Voltarei ao comercial do Activia, melhor isso do que a “cagada” das pesquisas eleitorais.
segunda-feira, 20 de setembro de 2010
Talvez todos me entendam quando falo de passado. Não um simples passado, mas aquele ajustado. Ajustado ao melhor jeito que qualquer um pudera imaginar, ajustado a forma que qualquer um já sonhou. É no mínimo engraçado como conseguimos tomar decisões certas na teoria; parece muito mais fácil encontrar os erros depois que tudo já passou, admitir o equívoco depois de rever o “replay”. A vida não passa de mais um jogo de futebol, a diferença é que não temos apenas um Arnaldo Cezar Coelho palpitando; temos pelo menos dez. Depende da popularidade. Vez que outra fico imaginando tantas situações que já passei, e rio em silêncio perante cada idiotice que já cometi, muitas que ainda estão fresquinhas na memória. Eu sempre tive um certo problema com lembranças, e não que me são ruins, simplesmente porque pouco as tenho. Dificilmente lembro das coisas quando preciso, mas isso é assunto pra outra hora. Poderia ser muito mais fácil se pensássemos claramente antes de qualquer atitude, embora não tivéssemos, assim, muitos motivos para estarmos aqui. Deveras precisamos testar nosso “inconsciente”, nosso lado que não pensa.
Imaginar como serão as coisas lá pra frente é mais ou menos como lembrar o passado, seria melhor se todos fossemos “esquecidos”. Confesso que tantas são as vezes que imagino o amanhã, porém ao mesmo tempo admito que estou feliz com o presente. Muita coisa ajuda pra isso, mas o mais influente é minha própria mente. Eu tenho tanta pouca idade e já fiz tanta coisa, nada marcante para os outros, mas sim para mim. Coisas que nem lembro, contudo fazem parte da minha vida. Eu imagino, por exemplo, como estavam as coisas um ano atrás, mas nada parece ser tão bom como o hoje; talvez a experiência é a melhor coisa. Eu gostaria de experimentar muito mais coisas, não sei certo o que, mas queria encher muito mais meu arquivo de experiências.
Eu lembro, ainda que meio embaçado, aquele texto que li há anos, aquela música e mesmo aquela conversa, e isso só me dá vontade de fazer mais disso, de ter muito mais pelo que lembrar amanhã, mesmo sendo algo ruim. Eu vejo como tudo está hoje, e talvez não seja algo ruim, por mais que eu reclame. Eu tento aprender a aproveitar ao máximo, e os últimos tempos, misturados com minha maturidade – e até com a infantilidade – estão me ajudando muito nessa “missão”. Tem gente que sonha comprar um carro, uma casa, eu sonho em ter experiência, talvez até comprasse alguma.
Eu comprei uma máquina de escrever, e alguns até dizem: “que bobagem”...”fazer o que com isso?”, eu respondo, ter a experiência de escrever de um jeito diferente, e assim é a vida, é muito mais que digitar no Word, é também escrever à mão, na máquina de escrever e até ditar. Loucura? Talvez, mas muito mais é diversão, é experimentar todos os tipos de cerveja, escutar todos os tipos de música e ouvir sobre todos os tipos de religião; acho que isso é viver. Pra mim ao menos, pros outros eu já não sei. Eu só sei que viver é muito mais do que se vê por ai, pelo contrário, viver é o que não se encontra, é inovar, conhecer e degustar. Alguns chamam de viagem, é tudo a mesma coisa.
quarta-feira, 1 de setembro de 2010
Impotência
Embora exista tanta coisa ruim, acho que nada pior do que a impotência. Não falo da impotência sexual, essa que é tão malquerida, principalmente por velhos de guerra e também “jovens-bomba”. Eu falo sim é da impotência sobre outra situação, mesmo estando tudo meio ligado. A impotência sexual não passa de uma incapacidade em aumentar a felicidade da outra pessoa, uma felicidade que muitas vezes já existe e só não se consegue ampliá-la. O ruim mesmo é se sentir impotente no dia-a-dia e não na cama. Perverso é se sentir impotente, muito embora a força, o talento e, principalmente, a vontade se fazem presentes.
A impotência é muito mais que um estado físico; pra mim é mais um estado mental, espiritual ou qualquer merda do tipo. Nos tornamos impotentes quando vemos que além de nós existe um universo; não o controlamos. Isso até é fácil pra mim, pode-se dizer que entendi, ou venho entendendo isso há muito tempo, porém é ruim lidar com essa “descoberta” dos outros. A impotência é algo que não desejo nem ao meu algoz. A impotência sexual, essa sim qualquer um pode ter, afinal hoje até com genérico se recupera a libido. Quero ver inventarem remédio pra essa outra impotência; talvez basta o conhecimento, mas mesmo assim não é fácil. Quiçá noutro mundo não exista a falta de habilidade em lidar com tantas situações. Eu sou, ou melhor, eu estou impotente.
quarta-feira, 4 de agosto de 2010
Agosto
Começa o mês de agosto e tem muita coisa pela frente. Agosto é o mês dos pais para alguns; mês do Pai, para ser mais preciso. Pai é importante. Eu nunca tive a ausência do meu pai, logo talvez eu não tenha consciência do valor que tem um. Sei que valorizo o meu, porém quem sabe o valor real que um pai tem? Dizem que só se sabe o valor das coisas quando se perde; alguns dizem que só quem não tem é que sabe o valor, disso eu já discordo. Seria como eu sentir falta de coçar no Caribe. Se não conhece não deve fazer tanta falta. Imagino que uma criança que perde um pai deve sofrer um bocado, diferente de um bastardo que jamais conheceu o progenitor.
Junto com o mês de agosto, veio o fim de julho. Não é por um motivo óbvio, mas denominei o mês de julho – em especial nesse ano – como “Meu mês”. Como já falei, o motivo não é tão óbvio assim. Em julho eu comemoro aniversário, contudo não por isso me presenteei com os 31 dias que nele se fazem presente. É mais complicado do que parece. No fim o mês de julho foi bom, muito melhor do que o esperado, porém não melhor que o desejado. Isso é normal, nunca nos satisfazemos com o que temos, e para mim isso é uma dádiva. Não gosto de conformismo.
Voltando ao assunto inicial, não sei o quão importante um pai pode ser na vida de uma pessoa. Existem aqueles que colocam a culpa de toda a desgraça vivida na ausência de um pai. Seria eu um motivado à assassinar pela ausência de uma mãe? É um absurdo. Tudo bem que não é de toda a ausência, mas nem lembro como era morar com ela; só recordo de como era visitá-la de quinze em quinze dias. Era bom. Onde as pessoas veem desgraça, eu vejo otimismo – ou não. Creio que em todo fim existe um recomeço, e nenhum recomeço melhor do que o de ganhar dois presentes de Natal ou ser paparicado nas visitas quinzenais.
Mês de agosto é muito mais do que o mês dos pais. Ao menos pra mim. Esse mês marca o mês dos pais – que não se faz tão importante – mas principalmente é marcado pelo fim do “Meu mês” e começo do fim do ano. Como já diriam alguns: o Natal está ai! Eu gosto de organizar minha vida por semestres, deste modo não me iludo com objetivos de longa data, menos ainda me decepciono com infelicidades de curto tempo. Eu já fiquei um semestre inerte e não gostei nenhum pouco. Na hora tudo bem, porém depois, quando me dei conta me desprezei imensamente pelo tempo perdido.
Imagino que muito mais do que ter um pai é preciso ter consciência. Vejo um pai como a nossa consciência antes de a termos, mas quando já a tivermos, não passa de um amigo. Alguns veem como um parente, muitas vezes “distante”. Eu que demoro pra me apegar às coisas, tento conceituar o verdadeiro valor que elas têm. Nunca cheguei à uma conclusão. Nem pretendo chegar. O mês de agosto é um mês bom. Gostaria que fosse bom como foi seu antecessor. No fim, um mês não passa de alguns dias, assim como um semestre não passa de alguns meses, porém deve ser levado em conta que mesmo um dia sendo feito apenas de algumas horas, pode fazer toda a diferença. Talvez seja apenas perca de tempo os preciosos minutos que alguns de vocês usaram para ler isso aqui, assim como o tempo que levei para escrever. Espero que não.
sexta-feira, 30 de julho de 2010
Brasileiro com 'bezinho' minúsculo.
O melhor mesmo fica pro brasileiro que prefere não trabalhar. E não me cabe julgar, eu sei disso; porém convenhamos que brasileiro é um povinho bem fudido. Quase impossível acreditar que tem ‘neguinho’ que viaja duas a três horas só pra trabalhar, fora o tempo de volta pra casa. Acho que eu ficaria dormindo na porta do trabalho, ou viraria vagabundo. Sei que falo muito do país de merda que é esse aqui, mas pela primeira vez – isso é histórico – preciso parabenizar o brasileiro. Não falo por sua cultura, não falo por sua inteligência ou por sua honestidade – qualidades, que na minha humilde opinião esse povo não tem – parabenizo pela força de vontade e só. Sério, acho que eu não aguentaria viver em um lugar onde ir trabalhar seria uma ‘viagem à praia’, de tão longa. Viva a ‘cidade pequena’. O brasileiro é povinho bem ignorante, mas admirável. É óbvio que muita coisa poderia melhorar se utilizássemos mais da inteligência ou ao menos corrêssemos atrás dela, contudo ‘nós’ trocamos esse meio pela força de vontade.
Tento imaginar que outro povo trabalha que nem muitos trabalham aqui sem cansar, ou ao menos sem parar. Agora sim acho justo que quebrem tudo e se revoltem do jeito que o fazem. Povo de primeiro mundo tem todas as condições possíveis para desempenhar suas respectivas funções, já o de terceiro mundo pouco trabalha, mas alguns e só alguns, assim como aqui no Brasil, suam mesmo sem nenhuma ‘condição humana’. Parabéns.
Claro que nada se caracteriza pela sua totalidade. Assim como um saco de laranja perde o valor por algumas podres lá no meio, acontece aqui e em tanto outro lugar. O Brasil tem uma cultura de merda, talvez pela pouca idade do país. Quiçá não houve tempo de desenvolver uma digna maturidade; nem se pode exigir. Digo por ‘cultura de merda’ não a cultura existente, que em alguns casos é bem boa até, mas sim da merda da cultura de cada um. É mínima, não importa. Cultura é uma coisa perdida aqui. Mas o povo é trabalhador, se não por vontade, por necessidade. É fato que muita gente aqui fica no ócio, porém os ‘bons’ não podem cair em esquecimento por culpa dos ‘maus’. À merda aqueles que não querem nada com nada; se matem longe de mim.
Eu prefiro fugir do problema. Quero voltar aqui quando estiver tudo pronto. Diferente de tanta gente eu não me importo em fazer ou não parte do progresso. Quero o meu progresso, mas não tenho capacidade de ‘criar’ uma mentalidade progressista em cada um. Às vezes me sinto como aqueles crentes que tentam a todo custo implantar sua forma de ver Deus, o paraíso, o inferno e afins. Eu não sou um ‘crente’ da vida. Façam o que quiserem, pensem como quiserem, escutem o que quiserem, olhem o que quiserem e fodam com quem quiserem. Tenho direito de falar, mas já não tenho mais expectativa de mudar algo ou alguém. Minhas críticas não precisam ser construtivas mesmo. Pra mim sempre são, mas os outros que se lasquem e pro inferno com minhas opiniões.
Puta que o pariu, finalmente eu vi uma qualidade no povo brasileiro; isso me deixa mais feliz, ou no mínimo indiferente.
sexta-feira, 23 de julho de 2010
Passa a máquina!
Cortar o cabelo é mais que uma arte. É um gasto. Às vezes acho que um gasto desnecessário, afinal a gente corta pra crescer de novo. Por esse e por outros é que tenho vontade de comprar uma máquina e simplesmente raspar todo mês. Ainda não criei coragem. Quando era novinho eu gostava, era bom andar de cabeça raspada; bom mesmo era quando o pente da máquina do ‘barbeiro’ escapava e o cabelo ficava mais curto do que o esperado. Hoje eu não vou mais ao barbeiro; vou ao cabeleireiro, porém isso não me faz menos homem, faz? Pra começo de conversa, ele é ele mesmo. Tão ele que os papos de zona até enchem. Ta! Mentira, não é pra tanto, mas a história pra fica boa precisa ser aumentada, óbvio.
Eu já pensei ser menos homem por cortar o cabelo com quinze reais num ‘cabeleireiro’ a cortar num ‘barbeiro’ que me cobraria seis. Mas foda-se. Sei que isso não tem nada a ver. Cortar cabelo é complicado. Ainda mais pra mim. Um dia fica muito curto, outro dia muito comprido, então decidi simplesmente não reparar mais. Como ta, ta bom. Pior que isso, só mulher que vai cortar cabelo mesmo; é impressionante como uma mulher fica impressionada quando um homem não repara nos dois “dedinhos” de corte que ela fez. Aliás, outro absurdo é o preço que uma mulher paga pra tirar aqueles dois dedinhos. Assim fica fácil entender porque todo cabeleireiro vira veado e vai cortar cabelo de mulher. Homem não dá lucro.
Mulher ao menos fica bonita. Nem todas. Mas se esforçam; pagam caro pra tentar encontrar a beleza. Uma boa saída pra mulher que se acha muito feia seria raspar a cabeça. Duvido que alguém notaria o ‘pneuzinho’ caindo. Viu? Raspar a cabeça é solução ‘unissex’. O cabelo no fim nem é tão importante, tem gente que dá muito valor. Eu não. Tudo bem que não chegaria perto de uma mulher careca, mas faz parte. Gosto é que nem...que nem nada, mas cada um tem o seu.
Eu sempre gostei muito daquela coisa de barbearias, aquelas velhas. Eu gosto de coisas velhas e isso não poderia ser diferente; só não gosto dos velhos que ficam nas barbearias. Lembro que quando criança ficava ‘horas’ olhando pro suporte da cabeça pra fazer a barba pensando pra que servia. Até que resolvi perguntar pro meu pai. Perdeu todo o encanto de ir ao barbeiro. Era só mais um lugar comum, sem mistério nenhum. Acho que foi ai que perdi o ‘tesão’, virei veadinho e resolvi frequentar o cabeleireiro. Faz parte. Eu nunca gostei muito de cabelo, porém não queria uma mulher sem. Cortar o cabelo é uma coisa complicada. Época difícil da vida. A ideia da máquina continua viva; qualquer hora dessas eu compro uma (ou não).
segunda-feira, 12 de julho de 2010
O homem chora
O homem chora e não diga que não. Os motivos do homem que são meio bestas, talvez mais bestas que os da mulher. O homem chora quando o time perde, chora quando perde o “amor da vida”, chora e depois mata. O homem não perde a razão, chora porém também briga. Derrama lágrima sempre junto com sangue. O homem chora, e isso é um absurdo. Não sei quem falou que “homem não chora”, isso é um absurdo maior ainda. A natureza disse certo dia, que o homem precisaria ser forte, defensor da mulher; quanto à isso eu concordo, muito embora o homem também possa ser fraco.
Mulher não precisa comprovar a feminilidade – ou até precisa – mas homem não, o homem “necessita” disso; necessita mostrar e aparecer com sua virilidade e nada mais. Quem disse que homem não chora? Viado é uma coisa; homem seguro o suficiente pra não se importar com o que os outros pensam é outra bem diferente. Já dizia alguém: “viado é quem dá a bunda” (perdão pelo palavreado). Homem chora. Ninguém pode, nem deve negar. Ninguém discorda do horror que é um homem chorando, mulher até é bonitinho. Depende. Homem chora por futilidade, mulher, muitas vezes pela realidade. Nem sempre.
...
Maurício estava sentado na mesa ao lado dela, chorando. Rafaela, ainda não sabia o nome dele. Não sabia como abordar um homem choroso, pensou até em sair dali, contudo não conseguiu. Oferecer um lenço seria coisa de mulherzinha; “talvez oferecer um peito?”, muito apelativo. Aposto que iria gostar. Talvez fosse viado. Por sua barba mal feita provavelmente não. Mas o peito continua sendo apelativo. “Oferecer um abraço?”, muito ‘coisa de menininha’. Um copo de cerveja, isso sim não tem como ele negar.
“Oi, posso me sentar?”, “já sentou, não?”. – oh falta de educação, vontade de tacar essa cerveja na fuça dele, pensou ela. “Aceita uma cerveja?”, “o que tu quer?”, “conversar”, “tudo bem, só vai oferecer a cerveja mesmo?”, “por enquanto sim. Andou cortando cebola?” – oh piadinha sem graça, agora a vítima do copo de cerveja poderia ser ela. “não teve muita graça, mas não, não. Briguei com minha namorada e meu time perdeu.”, não é viado, pensou. “tava te olhando ali de longe, e gostei de ti, posso te ajudar em alguma coisa?”, “quer ir lá pra casa”, ousou ele.
Foi ai que descobriu que ser apelativa pode ser bem mais simples, mas não mais adequado. No outro final de semana o time dele ganhou e a namorada ligou. Maurício e Rafaela nunca mais se falaram. Ela se arrepende de desperdiçar dois e cinquenta da cerveja até hoje, mas pela noite valeu. “Homem não presta mesmo, chora, mas não presta”, saiu resmungando ela.
segunda-feira, 5 de julho de 2010
Mulheres perfeitas, o filme.
Queria inventar uma fórmula contra qualquer tipo de mulher burra, trocar a fragilidade das pobres moçoilas por uma avareza de inteligência. Suportar a liberdade que invade a contemporaneidade, à depreciar-me com uma burrice cotidiana. Homem burro é aceitável, o seu porte e comportamento já pré-supõe a ignorância, porém mulher burra é uma lástima, não compete à seu estilo, suavidade e beleza. Cabe aos homens agirem feito seres desajeitados, práticos e sem estilo. Mulheres não, ao menos não poderia ser assim. É uma lástima, repito.
As mulheres boicotam relacionamentos. Reclamam pela santa ignorância masculina, no entanto subestimam a inteligência do mesmo. Saem de relacionamentos sem “conteúdo”, mas lá estão elas noutro dia agindo de forma mais estúpida que qualquer homem. Decepcionante. O homem tem que ter papo, a mulher tem que ter bunda. O homem tem que ter inteligência, a mulher peito. Falta de juízo feminino ou de respeito masculino? Continuo incrédulo mediante qualquer resposta.
Não tem pior (ou até tenha) que o silencia depois do “bem bom”. Tudo bem que às vezes o sono fala mais alto, porém o silêncio por falta de opção é irritante. Mulher burra é como animal de carga; só temos alguma relação por necessidade. Ninguém quer uma mulher burra pra casar, nem mesmo os mais estúpidos bípedes macho. Mulher inteligente é lindo, encantador; deveria ser lei da natureza a inteligência feminina. Por sua vez, a futilidade parece vir a frente de qualquer outra característica. Temos de convir que a mulher é um ser sutil, de uma arma natural contra qualquer tipo de argumento: sua beleza – porém nem todas.
A mulher ousa se libertar, contudo, ao mesmo tempo, se enlaça a uma necessidade da brutalidade masculina. Parecem ser burras porque os homens não exigem inteligência; se comportam como verdadeiros produtos para agradar quem mais gostam de xingar, não se dão valor, mas exigem que os outros tenham. Únicas são aquelas que não caíram no conto de fadas. As ainda belas e respeitosas, inteligentes e ponderadas moças. São as únicas e as do futuro, sobreviventes da antiga conhecida seleção natural, talvez Darwin já previa semelhante tempo, quiçá mesmo naquela época alguns já previam a suma importância da personalidade feminina.
Mulher e mulheres, a amante e algoz, temida e amada. Sonho com o dia que serão todas perfeitas, não como em “Mulheres Perfeitas”, mas perfeitas a ponto de consertar os defeitos dos homens, esses sim têm menos possibilidades de dar a volta sozinhos. Sei pelo menos que me mantenho longe de qualquer mulher ainda perdida, sem a verdadeira certeza do que é de fato ser mulher. Não sei se o tempo que está errado, ou se eu não o acompanho, um louco entre tanto determinismo. Cabe a mim escolher, então prefiro me manter longe da colméia para não ser atacado por abelha alguma.
terça-feira, 29 de junho de 2010
À La Pulp Fiction
Não sei ao certo se são os filmes, livros e seriados, ou até mesmo as novelas, que imitam a vida, ou se a vida imita toda essa ficção. Filme de terror, fim do mundo ou amor de novela. Das duas uma, ou temos muitos bons escritores, ou bons “inventores”. A regra é clara: não copie, ou copie com muito boa alteração. Não deixe ninguém descobrir. 2012 é um bom exemplo; é como a história do ovo e da galinha: o que veio primeiro?
Eu tento entender de onde vem toda a inspiração de tanta coisa boa, uma pena é que para isso não possa usar minhas pobres e tristes histórias. Vejo a juventude – pobre juventude – que atrás de filmes, cultivam história de vida sem sentido. Acreditam num conto de fadas impróprio para qualquer boçal.
Há quem baseie qualquer modo de vida nas dramáticas aventuras casuais da “moda”. Moda é muito mais que a última coisa lançada, a coisa da hora. Moda é a regra de quem não sabe o que fazer. A moda de hoje possui um nuance, de ser burro à ser burro e tentar ser culto. O que é um grande problema para quem tenta, a qualquer custo fugir da moda. Agora virou moda o que se pensa; ser de direita, de esquerda, emo ou preconceituoso, tudo é moda, nada é ideal.
As pessoas estão virando cultas para seguir a moda e não por gosto. Precisam copiar a ficção. Ler o que todo mundo lê, pouco se importando para o que seu gosto diz. Pseudo-inteligência está virando moda. Talvez seja algo bom; não para quem já entrou no “trem” há mais tempo. Quem iremos excluir? Inclusão só é bom para quem está incluso, ou melhor para quem será incluído. A tradição excluiu a novidade.
Pois bem, não sei se a massa copia os poucos com criatividade, ou se a massa é copiada pelos espertalhões. Esses que ganham dinheiro com a realidade alheia. O que sei é que se podemos copiar a ficção, quero viver “à lá Pulp Fiction”. Grande novidade.
segunda-feira, 21 de junho de 2010
Dia 11 de junho
Dia 11 de junho nunca foi um bom dia pra mim. Eu não gosto dele e da mesma forma, ele não gosta de mim. Nunca nos demos bem, isso é fato. Na verdade eu acho que fim de ano não gosta de mim. O começo de ano sempre me trás boas surpresas, sempre é tudo mil maravilhas, porém chegando na metade do ano as coisas endoidam de vez. É esse tal do dia 11. Não fiz nada pra ele; não que me lembre. Entretanto ele tenta fazer de tudo contra mim. O dia onze vem na boa, finge que ta tudo certo e de hora pra outra acaba em merda.
Não tenho nenhuma preferência de dias; pra mim é tudo a mesma coisa. Mas o dia onze, esse eu não gosto mesmo. Me falta memória pra saber o que aconteceu em anos antes do ano passado. Não lembraria nem com regressão. Logo eu lembrar de alguma coisa. Mas ano passado, esse eu não gostei. Dia onze não tem sido um dia bom pra mim. Digo onze de junho. Onze pro dia doze até diria. Porque o dia 11 até começa bem, mas o problema é como termina. Gostaria de tirá-lo do meu calendário, mas ai seria um dia a menos pra mim.
Ano que vem eu vou cuidar. Vou cuidar como vai ser meu dia onze. Quiçá seja bom. Provavelmente não, porém tento levar levo fé. Chego a algumas “teorias” que me deixam preocupado. Talvez o ano comece bem por ser uma “nova chance”, como chamam alguns. Pois bem, o fato é que provavelmente eu estrago tudo gradualmente, chegando ao final do ano sempre pior do que no começo. Eu tenho esse dom, é o dom de estragar as coisas. Tudo bem, talvez não seja um dom, mas é meu e duvido que de mim saia. Talvez esse ‘dom’, num longínquo tempo, me renda algum. Provavelmente não.
O fato é que cansei do dia onze. Ano que vem acho que vou dormir o dia todo no dia 11. No máximo levantar pra ir ao banheiro, talvez nem isso. Esperançoso mesmo me deixa o fato do ano 2012 estar por ai; gostaria dessa vez que o mundo realmente “acabasse”, assim formulariam um novo calendário, e nele com certeza eu aniquilaria o dia ONZE DE JUNHO. Já vejo até nas ruas: ABAIXO O CALENDÁRIO MARQUINIANO – na falta de um denominação melhor que lembre meu nome. Fodam-se. O calendário é meu. Ao invés de paisagens, fotos de carros, de mulheres e até homens, teriam fotos estilo 3x4 do meu rosto. Essa seria a regra. As pessoas odiariam o tempo. Talvez desse jeito dessem menos valor para as coisas menos importantes. Por fim, quero deixar claro que qualquer chateação com o dia 11 de junho não é mera coincidência, e a partir de 2013 esse dia será feriado nacional. Internacional. Dia de não levantar da cama. Vai ser uma ditadura pegada. Foda-se!
sexta-feira, 18 de junho de 2010
Seja um ligador
Eu também já pensei que nada é tão complexo como parece, porém descobri que tudo é tão ou mais complicado do que pode ser. Acho que não existe relação mais cheia de “nhe-nhe-nhe” do que a relação do ser humano. Outro dia tava pensando, observando e tentando entender uma porção de pessoas. É perceptível toda essa frescura na mídia. Basta uma hora de televisão que já se encontra toda a complexidade que as pessoas impõe; quem dirá uma revista de fofoca. O tal do “viva a vida simplesmente” deixou de existir. Todos correm contra o tempo, no entanto nem sabe quem é o tempo que às competi.
Diria o ser humano, como ser mais complexo; não por sua consciência ou livre escolha. Digo o ser humano o ser mais complexo por sua burrice, isso sim. O homem é um ser burro. Burro de natureza. Darwin já dizia muito sobre a tal seleção natural; o homem selecionou sua burrice. Só pode. Talvez como meio de defesa. Costumamos ter pena de pessoas burras, não? A burrice “evolucionária” – ou até revolucionária – do homem, não é aquela por falta de leitura ou interesse. Essa burrice é muito mais ampla. Diria que é a burrice do não entender. Isso mesmo, o homem não entende. O homem não entende a história, não entende a geografia, não entende a matemática. O homem não entende o próprio homem. O que é mais engraçado é que tudo foi inventado pelo homem. Se não podemos entender nossos próprios métodos, como entenderemos os métodos de algum ser “maior”?
O homem é burro até na hora de ser inteligente. Mulheres andando como veados, de rabo empinado. Homens andando como cornos de chifre empinado. Nada se entende, tudo se releva. Outro dia tentava entender o ser humano. Olhei durante horas pro nada. Montei um questionário em minha cabeça esperando respondê-lo sem menor problema. As horas viraram dias, e eu continuava sem entender mero princípio do homem. O homem é um ser burro e incompreensível. Assim como nas velhas palavras de “uns fingem que ensinam e outros fingem que aprendem”, aqui “uns fingem que explicam enquanto outros fingem que entendem”. Por menor que seja o problema eu não aguento não entender. Tudo culpa de uma complexidade sem graça. Aquela que ninguém quer. Na hora de ser atrativamente complexo, boa parte fala que eu faço errado; no entanto na hora dessa complicação sem sentimento e sem graça tudo é festa. Burrice. Isso é burrice.
Quase todo mundo procura respostas em livros. Hoje, mais do que nunca, procuram na internet. Respostas é o que todo mundo quer. Novamente botam uma complicação chata em tudo. Não entendem que não há respostas. Não devem ter respostas. A busca pela resposta é a vida, a resposta é a morte; morte não como fim da vida, mas a morte como fim do interesse e graça. A mesma da complexidade que tanto empolga. Ai eu vejo que somos tão complexos, mas tão complexos, que até na hora de dizer meia dúzia de palavras as pessoas enrolam. Por sorte essa é a complexidade boa. É como colesterol. Tem o bom e o ruim. Aqui tem o chato e o legal.
Nesse dia que tentava entender o porquê de ninguém se entender, reparei que enquanto olhava para as pessoas elas também me olhavam. Foi ai que me dei conta que todo mundo tenta se entender, mas no fim ninguém consegue. Ou melhor, os complexos chatos, todos entendem, mas os complexos legais ninguém compreende. “Complexo chato” seria uma denominação errônea na visão de um complexo legal, por isso chamaria os chatos de complicadores. Assim como um ligador da Oi. A diferença é a dose de complexidade. Diferença entre veneno e remédio. Por fim descobri que só seria feliz o dia que parasse de entender e começasse a complexar – e não complicar. Para meu azar não consigo parar de entender, e vez que outra me pego encarando alguém, tentando compreender o que se passa. Em contrapartida entrei para um grupo seleto. Sou um “complexador” legal. Um cara complexo, mas que vive a vida simplesmente.
sexta-feira, 11 de junho de 2010
Cigarrinho
Olhei durante alguns minutos para ela, e a ansiedade me fez pedir um cigarro. Engraçado foi a reação dela: “por que acha que eu fumo?”. Só respondi que achei que tinha cara de fumante. “To errado?” perguntei. “Cara de fumante? Como assim?”. “Cara de fumante sabe...sei lá!”. “Pois então não te dou o cigarro!”. “Então tu tem, eu to certo”. Ela me olhou com uma cara de raiva que jamais tinha visto; pensei em correr, mas pelo tamanho de suas pernas acho que me alcançava – a não ser que fosse fumante! Preferi não arriscar. “Perdão”. “Perdão o quê, ora?” “A falta de educação! A moça fuma?”. Ela continuou com o olhar raivoso, agora mais desconfiada.
Não sei certo quanto tempo ficamos nos olhando, pareceu eterno. Fiquei com receio de sair dali, sem contar que o ambiente me acalmava. “Até tenho”, ela falou, ou melhor, sussurrou. “Pode me dar um?”, sim porque dificilmente eu devolveria um cigarrinho, não pediria emprestado só por educação. “Uhum”, respondeu, embora não vi sua mão buscando nada nem no bolso, e muito menos na bolsa que repousava ao seu lado. “Com uma condição”, completou – agora sim dando mais sentido a sua inércia. Um silêncio se fez no ar. Esperei mais um pouco e ela então pediu o que queria.
“Não! De jeito nenhum”. “Então fica sem cigarro”, me provocou. “Quer que compre a ‘G’ pra ti? Pra quê?” “Que tu acha?”. Não poderia ir; contudo o ‘não ter cigarro’ e nem dinheiro me ansiava cada vez mais. Pedi o dinheiro, pensando seriamente em comprar um maço e fugir. Minha honestidade não deixaria, sem contar o medo que aquela puta me dava. Com a grana na mão e o orgulho já esfregando no chão, fui até a banca e pedi a tal da ‘G’. Foi pior que comprar a primeira camisinha. Muito pior. Ainda brinquei com o velhinho que me atendeu: “O vermelho do rosto é reflexo da cueca do Frota”. Santa estupidez! Vi que ele botou a mão embaixo do balcão, então com medo de uma bala, não perdida, mas muito bem dirigida contra minha cabeça, sai dali sem pensar duas vezes. “Ta aqui sua louca; vê meu cigarro agora” “toma”. Botei o cigarro na boca como quem espera a última gozada; fechei os olhos e esperei para apreciar a grande maravilha, não de Deus, mas sim do homem. Ops. Acabou. Demorou tempo de mais, o cigarro ainda estava apagado. Esperei alguns minutos, mas nada da rapariga acender meu cigarro. Olhei para ela como quem pede alguma coisa, e de fato pedi: “e o fogo?” “não tenho” “FILHA DA P...”. Não deu tempo de terminar; ela me cortou: “vamos lá pra casa que ponho fogo nesse teu cigarrinho”. Fui. Decidi parar de fumar.
sábado, 5 de junho de 2010
quem? eu?
- oi, preciso de ti.
- e daí?
- e daí que preciso. Vai ajudar?
- não.
- por que não?
- não to afim.
- depois não sabe porque ninguém gosta de ti.
- quem disse que eu não sei?
- então porque reclama?
- nunca reclamei. Vai a merda!
- egocêntrico, achado.
- falso.
Amigo
Amigo tem o de festa, o de infância e o conhecido. Tem o amigo-inimigo, o amigo-amiga e até o amigo que rouba mulher. Conheci, outrora, o amigo-amigo; esses são poucos. Às vezes se tem muitos amigos-amigo, porém depois se descobre que uns eram amigos-conhecidos, outros amigos-inimigos e outros apenas amigos de festa. Tem também o amigo-irmão; esse é difícil de encontrar. O amigo-irmão passa por três graus: amigo de infância; amigo-amigo e por último chega no amigo-irmão. O amigo-amigo é aquele que se considera mesmo; aquele amigo de verdade mesmo. Não tem uma regra para o amigo-amigo se transformar no amigo-irmão. Simplesmente acontece. Já tive amigo-mentiroso, com esse sempre se aprende. Amigo-amiga tem quem tenha um monte, tem quem tenha pouquíssimas. Alguns passam desse já pra amigo-amiga-algo-a-mais. Alguns vão pra amigo-amigo-amiga; embora difícil de achar, há histórias que já existiu até amigo-irmão-amiga. Não acreditei.
Tem amigo que vai, tem amigo que fica. Tem alguns que parecem que nunca chegaram, mas no fim estão sempre ali. Existe o amigo de futebol, o amigo de bebedeira (este muitas vezes considerado o mesmo do amigo de festa) e o amigo pra todas as horas. Alguns têm amigo-pai, amigo-irmão (irmão de sangue mesmo) e até amigo-namorada. Nunca vi amigo ex-namorada; mesmo que alguns tentem me convencer. Tem amigo de tudo que é jeito. O melhor amigo do homem não é o cachorro. Meu melhor amigo é o amigo-eu. Ele some, ta nem ai, xinga e dificilmente dá um apoio moral. O amigo-eu faz merda, comete erros quase imperdoáveis, porém no fim parece ser o único a sempre se importar. Sem exceção. O amigo-eu é mais chato que o amigo-irmão, é mais filho da puta, mas não tem como se livrar dele. No fim, no fim, o amigo-eu é o único que não abandona. Mas é sempre bom ter um ou outro amigo-amigo ou amigo-irmão; pelo menos até por rédeas no amigo-eu. Esse é muito desaforado.
quarta-feira, 2 de junho de 2010
No risco do vinil
Bons tempos aqueles que nem vivi. Que saudade me dá dos tempos de antigamente. Anos atrás. Muitos anos atrás, diga-se de passagem. Por histórias contadas, retrospectivas da mídia, leitura em livros, ou outro meio qualquer, deveria ser tão bom viver em outra época. Hoje não tem mais graça. Porém é engraçado. Um engraçado trágico. A “molecada” não faz mais as brincadeiras inteligentes de outrora, e se fazem têm a audácia de registrar em vídeos. Santa ignorância. São criminosos gerando evidências contra o próprio delito. Não sei como era antigamente, mas deveria ser bom. O antigo me agrada. Sempre achei o desconhecido mais interessante.
O hoje nos provém de tecnologia, revoluções tecnológicas e só. Não há o que houvera antigamente. Eu nem sei o que foi o antigamente, mas apreciaria muito conhecê-lo. Queria ir à uma loja de vinis. Mesmo sem dinheiro, ou com o dinheiro que tanto me esforcei pra conseguir. Devia ser bom caminhar num sábado pela manhã até uma lojinha feita de madeira; madeira velha hoje, mas na época soava como nova. O assoalho da loja estalando aos passos lentos de quem olha com afeição todo o acervo musical. Nem gosto tanto assim de música; mas os vinis, ah os vinis.
Me imagino numa livraria em tons de cinza. Um cheirinho de velho que parte do senhorzinho sentado atrás do balcão. Um senhorzinho antipático, mas que prontamente dá todas as informações sobre qualquer livro que venha a querer. São outros tempos, o qual não fui capaz de conhecer. Queria ver o velho ao vivo e não em meras histórias. O velho antigo certamente era bom. Se hoje ainda é. Jornais e revistas são os resquícios de um tempo que já passou, um tempo que já passou e não vivi. Clamo por não perder as folhas manchadas do jornal; o cheiro que arde na mente um desejo pela leitura. Quiçá os livros serão eternos; não queimarão no fogo da contemporaneidade. Ainda para melhor lembrar do tempo que nunca vivi, procuro uma máquina de escrever. Os piores textos, mas que serão escritos da melhor forma possível, sem medo de vírus. Ao invés de música o som das teclas batendo. Pra melhor somente se Johann Sebastian Bach me fizer companhia.
sexta-feira, 28 de maio de 2010
Era uma vez - Tempos modernos I
Berta, esse era seu nome. Uma garota tão simpática, igual a vereador perto de eleição municipal. Sua simpatia não mudava o fato de ser órfã. Uma criança órfã de pai e mãe, acostumada desde sempre a ausência de ambos. Para sua felicidade, sempre teve ao lado a vovó, uma pessoa gentil como a neta. Apesar de seus oitenta e cinco anos, a velinha mostrava uma saúde de jovenzinha, praticava ioga e vez que outra dava um teco. A garota estranhava a tranqüilidade que sua avó levava a vida, porém nunca questionara, afinal, o que teria de mal nisso? Berta era uma guria muito esperta, entendia muito da vida, diferente do que todos pensavam. Comentavam de mais sobre a menina no bairro: - Oh, menina bobinha. Nunca acreditaria se falássemos que sua avó vem aqui comprar ganja. – diziam os chefes do tráfico. Pois é, a cidadezinha era de fato uma cidadezinha. Embora a globalização proporcione uma evolução na sociedade, ali em Bulquérque – bem assim mesmo – a maconha ainda era a droga da vez.
Embora inocente, as más influências de Berta na escola, traziam à tona desejos jamais imaginados por ela. Pensara, certa vez, ser feliz com o pouco que tinha, porém o desconhecido tornava-se cada vez mais querido. Uma menininha, Jana, era seu nome, tornou-se de hora para outra sua melhor amiga. Amiga até de mais; tornou-se um motivo adicional para as fofocas da população. No chimarrão da manhã, não faltava o comentário: e a Berta, ein? Ouvi falar que não gosta da coisa. Tem até uma amiguinha envolvida no caso. Era só a vovó dela chegar perto que todos mudavam de assunto rapidamente; embora a velha estivesse sempre na paranóia do verde, ainda havia respeito entre os conhecidos moradores. Berta realmente era inocente, não sabia as reais intenções de Jana, mas deixava-se levar, afinal o desejo também era despertado ao toque suave de sua amiga.
Certo dia – um sábado de sol, para ser mais preciso – Berta pediu para sua avó que fizesse alguns doces. Queria fazer uma surpresa para Jana. A coleguinha estava doente e não poderia sair de casa no fim de semana. A avó, prontamente se pôs a cozinhar, aproveitou em fazer quantidade a mais, pois a larica estava chegando ao auge. Berta já sabia que Jana estaria sozinha em casa. Seu pai teria que trabalhar, e a mãe também, pelo menos ao que dizia, mas sabia que ia ver um namorado substituto; porém, prometera a ela que jamais contaria para ninguém. De certo modo, Berta nunca gostou de sair sozinha na rua. Apesar de sua inocência, conhecia prontamente todos os perigos que as ruelas sugeriam. Contudo, sua avó pôs-se a dormir assim que terminara os doces, restara como opção andar sozinha até a casa de Jana. Nada de ruim aconteceria. Nunca aconteceu.
Foi-se Berta, saindo de casa com seu shortinho rasgado, sua mini-blusa da Minnie e seu cestinho cheio de doces. A menina era bem conhecida nas proximidades e todos a cumprimentavam. Entretanto, sua pequena amiga, morava em um bairro vizinho, nada de muito longe, porém os rostos conhecidos desapareceram gradualmente. Já havia ido dezenas de vezes à casa de Jana, mas nas outras ocasiões sua avó chamara um táxi. O caminho era bem conhecido, contudo havia algumas ruelas no decorrer do percurso que sempre deixaram a garotinha assustada, e foi numa dessas que um homem se aproximou e pediu o que ela tinha na cestinha. A menina respondeu: - minha avó disse que não posso falar com estranhos! – mas agora a mocinha já falou – retrucou o homem. Ela, sem saber o que dizer, falou que eram apenas alguns doces para sua amiga. – Quer que te acompanhe até a casa dela? O caminho é perigoso para uma garotinha ir sozinha – insistiu o rapaz. A menina sem muita escolha, apenas levantou os ombros, dando a entender que se assim fosse melhor, que fosse. Chegando a casa de Jana, Berta se despediu do rapaz, e com toda sua delicadeza, agradeceu. O homem ainda quis esperar que abrissem a porta, para garantir que a garotinha estaria em segurança; pelo menos era isso que dizia. Jana abriu a porta depois de algum tempo e surpreendeu-se ao ver o tamanho do homem que estava em sua porta. Ao entrar na casa da amiga, Berta surpreendeu-se mais ainda ao ver que o homem seguira os mesmos passos e em pouco tempo estava com as duas dentro da casa. Por esperteza, ou puro acaso, o rapaz viu que as garotinhas estavam sós, e deste modo, não temeu por ninguém.
Já dentro da casa, as coisas começaram a ficar assustadoras. O homem – Eduardo, apresentou-se às meninas – passava a mão em todo o corpo das duas e pedia que se beijassem. Por toda sua inocência, ao menos por parte de Berta, fizeram sem problemas. Jana achou que seria a oportunidade certa para por em prática tudo que sempre quis fazer com Berta. Infelizmente, ou felizmente, as coisas começaram a esquentar. O rapaz pulou de nível. Falou coisas absurdas que as duas deveriam fazer, e se caso não fizessem, iriam ver o que era bom para tosse. Jana gostava daquilo, apesar de ficar um pouco assustada. Berta, por sua vez, queria apagar da memória qualquer tipo de desejo que já havia sentido pela amiguinha. Jurara, em pensamento, jamais pensar algo parecido novamente. Por felicidade, alguém bateu na porta. Todos ficaram em silêncio, olhando uns para os outros, tentando imaginar quem seria. As batidas aumentavam, foi então que o rapaz caminhou até a porta, abriu-a e se deparou com um homem barbudo. Jana logo o identificou, era seu vizinho. Certamente notara algo estranho e resolveu verificar. O senhor barbudo, prontamente pôs-se a perguntar o que o rapaz fazia ali e o mesmo, sem resposta, gaguejava “as” e “és” pra todos os lados. Foi então que, o vizinho de Jana adentrou a porta e com um canivete que carregava no bolso botou o homem desconhecido contra a parede, e o mesmo, agora sem gaguejar, disse que daria quinhentos reais para que tudo fosse esquecido. O velho da barba branca pediu seiscentos para fingir que não viu nada. Então o acordo foi feito. Berta gritou desesperada, mas nada adiantou. Por um lado, Jana ficou com medo, mas desejou cada vez mais sua amiga. Finalmente os três ficaram sós novamente, porém desta vez o homem foi deixado para trás. Berta, com toda sua delicadeza, e o pouco de esperteza que tinha, falou que teria que ir embora. Suas pulseiras foram perdidas e não poderia continuar com aquilo. O homem ficou sem saber o que falar, mas teve que concordar com a mocinha. Sem as pulseiras não dá. Tudo pode, mas se não tiver as pulseiras para arrebentar nem estupro não serve.
quinta-feira, 20 de maio de 2010
Puta lembrança
Puta lembrança, por que insiste em rondar por aqui? Vai pra outro lado pairar na puta que te pariu, e se alguém lá encontrar, favor, mande um abraço.
Puta lembrança, não entendo o que faz aqui, se há muito já te mandei embora.
Nas velhas fotos, ou nas velhas memórias, oh, puta lembrança, vai correr rua.
Lembro, e lembrar não me faz bem, portanto, puta lembrança, só volte se me convém.
Puta lembrança tá de passagem, mas mesmo assim não gosto. Puta lembrança, por favor, vá embora.
Se eu digo que é melhor, tendes acreditar, é melhor que puta lembrança vá embora, se não com razão e com certeza vou me incomodar.
Duas jarras de vinho já foram suficientes; puta lembrança se achou no direito de voltar.
Se falo que é melhor ir embora, novamente digo: tendes acreditar.
Vá pastar no pasto do pastor pastel, puta lembrança.
Puta que o pariu, depois eu digo que não presta e ainda dizem que sou louco.
Tchau, puta lembrança. Nos vemos por ai.
quarta-feira, 19 de maio de 2010
Passado, Presente e Futuro
Conversavam Passado e Presente. No centro das atenções estava o Futuro, mais especificamente a preocupação que ambos tinham com o Futuro. Em princípio, a conversa tinha aspecto rígido e áspero. Era sério. Mas foi inevitável, para eles, darem boas gargalhadas ao tempo que viam o futuro se aproximar. Tanto um quanto o outro exploravam suas vantagens, fazendo um show de exibicionismo para com o Futuro. O Passado, com toda sua experiência, se gabava por ser o mais velho entre os três e por ser tão lembrado. O Presente, por sua vez, não deixava de falar que ele era quem importava, afinal ele que fazia acontecer. A palavra agora ficava com Futuro, os dois outros se calaram, esperando o que tão jovial indivíduo teria a falar. Mas ele nada falou. Passado e Presente não hesitavam nas gargalhadas. Pobre Futuro. Pois foi então, após alguns minutos, que o mais jovem da turma coçou a garganta e iniciou: “bem, Passado. Eu o respeito por tua história, o respeito por tua idade, e principalmente o respeito por tua importância. Porém, o que passou, passou. Tu não passa de um rascunho, para que eu seja perfeito, como sou. Se tu às vezes traz lembranças, eu, toda hora trago expectativas.” E foi então que o Passado se calou, constrangido. A ousadia do Presente foi visível, afinal, era de fato sua característica mais marcante. Ousadia nas gargalhadas que soltava contra o Passado. Para surpresa de todos, o Presente não durou muito. O Futuro novamente se rebelou e proferiu ao nosso amigo: “ora, ora, Presente. És uma dádiva de Deus. És o que todos gostariam de ser; ousado, arriscado, emocionante, ágil. Não tem medo; faz e acontece. Porém, tua participação é tão mínima que poucos lembram de ti. Até o passado é mais importante. Passam por ti e nem reparam. Agem como se tu fosse apenas um intervalo entre Passado e eu, e nada mais. Tua importância é insignificante para as pessoas. Acredite, eu devo mais ao passado do que a ti.” Presente, por sua vez, calou-se. E o Futuro finalizou: “todos me dão mais importância do que realmente tenho, fazem expectativas que não deveriam existir, e nem por isso me gabo. Sou incerto, indeciso e às vezes até atrapalho, mas o mais importante é que eu sou fruto dos erros de vocês e, deste modo, trato de ajeitar todas as bobagens que vocês causam, portanto, eu sim tenho a importância que nenhum de vocês jamais terá.” Nada mais falaram, cada um foi para um lado e decidiram nunca mais se encontrar. O Passado continuou na lembrança, o Presente tentou ser mais importante, porém ainda ninguém ligava e o Futuro seguiu convivendo com os erros dos demais e carregando o peso de tanta expectativa nas costas. Alguns contam que anos mais tarde o Presente tentou suicídio, mas sem sucesso.