sexta-feira, 30 de julho de 2010

Brasileiro com 'bezinho' minúsculo.

O melhor mesmo fica pro brasileiro que prefere não trabalhar. E não me cabe julgar, eu sei disso; porém convenhamos que brasileiro é um povinho bem fudido. Quase impossível acreditar que tem ‘neguinho’ que viaja duas a três horas só pra trabalhar, fora o tempo de volta pra casa. Acho que eu ficaria dormindo na porta do trabalho, ou viraria vagabundo. Sei que falo muito do país de merda que é esse aqui, mas pela primeira vez – isso é histórico – preciso parabenizar o brasileiro. Não falo por sua cultura, não falo por sua inteligência ou por sua honestidade – qualidades, que na minha humilde opinião esse povo não tem – parabenizo pela força de vontade e só. Sério, acho que eu não aguentaria viver em um lugar onde ir trabalhar seria uma ‘viagem à praia’, de tão longa. Viva a ‘cidade pequena’. O brasileiro é povinho bem ignorante, mas admirável. É óbvio que muita coisa poderia melhorar se utilizássemos mais da inteligência ou ao menos corrêssemos atrás dela, contudo ‘nós’ trocamos esse meio pela força de vontade.

Tento imaginar que outro povo trabalha que nem muitos trabalham aqui sem cansar, ou ao menos sem parar. Agora sim acho justo que quebrem tudo e se revoltem do jeito que o fazem. Povo de primeiro mundo tem todas as condições possíveis para desempenhar suas respectivas funções, já o de terceiro mundo pouco trabalha, mas alguns e só alguns, assim como aqui no Brasil, suam mesmo sem nenhuma ‘condição humana’. Parabéns.

Claro que nada se caracteriza pela sua totalidade. Assim como um saco de laranja perde o valor por algumas podres lá no meio, acontece aqui e em tanto outro lugar. O Brasil tem uma cultura de merda, talvez pela pouca idade do país. Quiçá não houve tempo de desenvolver uma digna maturidade; nem se pode exigir. Digo por ‘cultura de merda’ não a cultura existente, que em alguns casos é bem boa até, mas sim da merda da cultura de cada um. É mínima, não importa. Cultura é uma coisa perdida aqui. Mas o povo é trabalhador, se não por vontade, por necessidade. É fato que muita gente aqui fica no ócio, porém os ‘bons’ não podem cair em esquecimento por culpa dos ‘maus’. À merda aqueles que não querem nada com nada; se matem longe de mim.

Eu prefiro fugir do problema. Quero voltar aqui quando estiver tudo pronto. Diferente de tanta gente eu não me importo em fazer ou não parte do progresso. Quero o meu progresso, mas não tenho capacidade de ‘criar’ uma mentalidade progressista em cada um. Às vezes me sinto como aqueles crentes que tentam a todo custo implantar sua forma de ver Deus, o paraíso, o inferno e afins. Eu não sou um ‘crente’ da vida. Façam o que quiserem, pensem como quiserem, escutem o que quiserem, olhem o que quiserem e fodam com quem quiserem. Tenho direito de falar, mas já não tenho mais expectativa de mudar algo ou alguém. Minhas críticas não precisam ser construtivas mesmo. Pra mim sempre são, mas os outros que se lasquem e pro inferno com minhas opiniões.

Puta que o pariu, finalmente eu vi uma qualidade no povo brasileiro; isso me deixa mais feliz, ou no mínimo indiferente.

2 comentários:

  1. Marco

    Ao contrário de você, eu ainda tenho esperança.
    Todos os dias vejo em meus pequenos alunos a possibilidade de um país mais justo e humano. Lutar por isso é o meu esporte.
    Mas, como você disse, opiniões são particulares e cada um tem o direito de dizer o que quiser. ;-)

    Beijocas!

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  2. Talvez o fato de eu ter 'elogiado' o povo brasileiro é um resquício de esperança; uma esperança disfarçada, inconsciente. Todo mundo no fundo mantém as esperanças. Talvez esse povo não seja de todo mal. Obrigado pela leitura.

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