Eu também já pensei que nada é tão complexo como parece, porém descobri que tudo é tão ou mais complicado do que pode ser. Acho que não existe relação mais cheia de “nhe-nhe-nhe” do que a relação do ser humano. Outro dia tava pensando, observando e tentando entender uma porção de pessoas. É perceptível toda essa frescura na mídia. Basta uma hora de televisão que já se encontra toda a complexidade que as pessoas impõe; quem dirá uma revista de fofoca. O tal do “viva a vida simplesmente” deixou de existir. Todos correm contra o tempo, no entanto nem sabe quem é o tempo que às competi.
Diria o ser humano, como ser mais complexo; não por sua consciência ou livre escolha. Digo o ser humano o ser mais complexo por sua burrice, isso sim. O homem é um ser burro. Burro de natureza. Darwin já dizia muito sobre a tal seleção natural; o homem selecionou sua burrice. Só pode. Talvez como meio de defesa. Costumamos ter pena de pessoas burras, não? A burrice “evolucionária” – ou até revolucionária – do homem, não é aquela por falta de leitura ou interesse. Essa burrice é muito mais ampla. Diria que é a burrice do não entender. Isso mesmo, o homem não entende. O homem não entende a história, não entende a geografia, não entende a matemática. O homem não entende o próprio homem. O que é mais engraçado é que tudo foi inventado pelo homem. Se não podemos entender nossos próprios métodos, como entenderemos os métodos de algum ser “maior”?
O homem é burro até na hora de ser inteligente. Mulheres andando como veados, de rabo empinado. Homens andando como cornos de chifre empinado. Nada se entende, tudo se releva. Outro dia tentava entender o ser humano. Olhei durante horas pro nada. Montei um questionário em minha cabeça esperando respondê-lo sem menor problema. As horas viraram dias, e eu continuava sem entender mero princípio do homem. O homem é um ser burro e incompreensível. Assim como nas velhas palavras de “uns fingem que ensinam e outros fingem que aprendem”, aqui “uns fingem que explicam enquanto outros fingem que entendem”. Por menor que seja o problema eu não aguento não entender. Tudo culpa de uma complexidade sem graça. Aquela que ninguém quer. Na hora de ser atrativamente complexo, boa parte fala que eu faço errado; no entanto na hora dessa complicação sem sentimento e sem graça tudo é festa. Burrice. Isso é burrice.
Quase todo mundo procura respostas em livros. Hoje, mais do que nunca, procuram na internet. Respostas é o que todo mundo quer. Novamente botam uma complicação chata em tudo. Não entendem que não há respostas. Não devem ter respostas. A busca pela resposta é a vida, a resposta é a morte; morte não como fim da vida, mas a morte como fim do interesse e graça. A mesma da complexidade que tanto empolga. Ai eu vejo que somos tão complexos, mas tão complexos, que até na hora de dizer meia dúzia de palavras as pessoas enrolam. Por sorte essa é a complexidade boa. É como colesterol. Tem o bom e o ruim. Aqui tem o chato e o legal.
Nesse dia que tentava entender o porquê de ninguém se entender, reparei que enquanto olhava para as pessoas elas também me olhavam. Foi ai que me dei conta que todo mundo tenta se entender, mas no fim ninguém consegue. Ou melhor, os complexos chatos, todos entendem, mas os complexos legais ninguém compreende. “Complexo chato” seria uma denominação errônea na visão de um complexo legal, por isso chamaria os chatos de complicadores. Assim como um ligador da Oi. A diferença é a dose de complexidade. Diferença entre veneno e remédio. Por fim descobri que só seria feliz o dia que parasse de entender e começasse a complexar – e não complicar. Para meu azar não consigo parar de entender, e vez que outra me pego encarando alguém, tentando compreender o que se passa. Em contrapartida entrei para um grupo seleto. Sou um “complexador” legal. Um cara complexo, mas que vive a vida simplesmente.
Nunca havia pensado a burrice como vantagem adaptativa, vai ver muitos tentaram transpor essa linha, serem inteligentes, mas foram lá e morreram, assim vieram os ignorantes e segue a raça humana se perpetuando até hoje.
ResponderExcluiroiehoieheio
Pois eu também jamais a tinha visto como adaptação, porém tem sentindo. Ou não. Também não importa. Se encaixa no meu contexto, isso que vale. hahahaha
ResponderExcluirValeu