Consciência: verdade; honestidade; retidão; honradez; conhecimento, ciência; fato que produz remorso.
Palavra que sintetiza boa parte do que nos falta. Já não temos honra, não temos dever com a verdade, nos falta lucidez para diferenciar o certo do errado, achar o culpado já não é mais nossa principal tarefa, mas sim não deixar que nos culpem. Todos vivem em meio à desconfiança, não podendo crer nem nos entes mais próximos.
Não somos honestos, não somos honrados, não fazemos questão da verdade, logo vivemos inconscientemente. Não medimos nossos atos, pensamos apenas naquilo que nos beneficiará. Somos inconscientes e inconsequentes. Pela primeira vez generalizo. Não me limito a falar dos outros, não falo apenas de quem já foi posto a prova, afinal será que faríamos o mesmo no lugar “deles”?
Certamente algo para se refletir...
Falo agora sobre impunidade. A impunidade no Brasil, as leis que não funcionam. Escutei um comentário e sobre o mesmo refleti. Tal foram as palavras: “As punições dos bandidos são mais eficientes que as da polícia.” E tenho que concordar com esta afirmação, afinal isso é fato. Sempre surge um comentário do tipo: “Espera este pedófilo ir para a prisão, vai virar mulherzinha!”, botamos nossa fé de punição naqueles que deveriam ser punidos, e fazemos isso como pessoas desesperadas que somos, pois não podemos mais acreditar que alguns anos de cadeia trarão algum resultado. Este pensamento é consequência da impunidade, da revolta. Estamos chegando ao limite da paciência.
E sobre o casal jogado de um precipício? O que aconteceu com os marginais que fizeram isso? Apanharam, e agora estão presos. Apanharam de quem? De traficantes, esses que, apesar de estarem fazendo algo ilegal, ainda seguem alguma lei, têm princípios, não toleram violência como esta ocorrida. Talvez algumas mudanças no modo que tratamos os marginais brasileiros seja a saída, a solução para muitos problemas.
Agora para finalizar posto uma notícia:
IRANIANA VAI QUEIMAR O OLHO DO “EX-NOIVO”.
A iraniana Ameneh Bahrami, 30 anos, que ficou cega em 2004, ao ser atacada com ácido pelo ex-namorado, após recusar proposta de casamento, decidiu aplicar a chamada lei do talião. Ela é permitida pela legislação do Irão, que consiste na reciprocidade do crime e da pena.
Ameneh, que vive em Barcelona (Espanha), onde passou por diversas operações nos olhos, diz que negou o pedido de piedade do autor do crime, que era seu companheiro de faculdade. Ela lembrou que o homem não teve compaixão ao cometer o crime.
A iraniana afirmou, inclusive que ele terá sorte, pois será anestesiado antes de levar gotas de ácido no rosto. Na quarta-feira, ela esperava uma carta judicial para viajar ao Irã. Embora não seja capaz de cumprir a sentença por estar cega, garante que “há muita gente que quer fazer isso”.
EXECUÇÃO – Segundo a legislação iraniana, Ameneh só poderá cegá-lo de um olho caso não pague os 25 mil dólares exigidos para executar a sentença total, já que, de acordo com as leis do país, a mulher só vale 50% do homem.
Em 2002, ela estudava eletrônica numa universidade em Teerã quando conheceu o jovem Majid Movahedi. “Ele enlouqueceu por ela”, comentou Aziz Movahedi, pai de Movahedi. Entretanto, Ameneh não correspondia a seus sentimentos. Em 2003, a mãe dele visitou os pais de Ameneh para propor o casamento dos filhos. “Eu recusei educadamente”, afirmou Ameneh.
AGRESSÃO – Movahedi não aceitou a recusa e começou a esperá-la na porta do trabalho. Um dia, ela estava em um parque quando alguém bateu no seu ombro. Ao virar-se, um fluido que queimava espalhou-se pelo seu rosto. Segundo os médicos, a iraniana que fugiu do Irão por medo, vive sozinha há quatro anos em um quarto alugado graças a ajuda de 500 dólares do governo espanhol. Ameneh chegou a manter 40% de visão em um olho, porém, uma infecção a deixou totalmente cega.
O Sul, 06/03/2009.
O sentimento de impunidade passa longe com essa notícia, é “olho por olho”, literalmente. Nada mais justo que a punição na mesma moeda, já que tudo foi feito conscientemente por Movahedi. Enquanto a vítima não tem tempo de se defender, o criminoso, que normalmente faz tudo conscientemente tem direito de defesa e a punição nunca é tão grande, afinal na prisão tem refeição, lugar onde dormir e tudo isso pago com nosso dinheiro, com o dinheiro do lesado, de sua família, de seus amigos. Isso mesmo nós financiamos o “bem-estar” de quem nos prejudica. É assim no Brasil, neste país de impunidade, de inconsciência, de desculpas, de mentiras. Torço para que um dia consigamos seguir alguns exemplos do oriente, não precisamos ser tão extremos, mas achar o culpado e puni-lo de forma convincente já é o suficiente. E que assim possamos acabar com boa parte dos criminosos, inclusive com aqueles que vemos todos os dias na mídia de terno e gravata.