Atento a muitos pedidos – um ou dois no máximo –, trato neste dia de algo que atordoa a população de forma uniforme, que vem se alastrando e impregnando de forma silenciosa nos âmbitos sociais. Ninharia, insignificância, pouco valor, vão... Tantas são as denominações, os sinônimos, os termos que podem ser utilizados para descrever algo tão frívolo, algo tão fútil como a futilidade.
Pouco importa os verdadeiros valores, pouco importa os verdadeiros sentimentos, a verdadeira verdade, de grande importância apenas o que os outros pensam, veem e comentam. Há graça na demonstração de cada segundo da vida, na exposição de cada passo dado. Para alguns há.
Questiono a audácia de quem se expõem e da forma com que se faz. Palpitações de futilidade por muitos momentos acabam com nossa moral, afinal é uma doença que só há de se alastrar. A internet com certeza gera muitas oportunidades para que se faça válido algo tão inútil. Exibicionismo, mesmo que através de mentiras, apenas para sermos comentados. Isso ai! Não retiro minha pessoa do meio de toda essa falação, pois todos nós estamos um pouco atacados por este mal. O Orkut! Ah, o Orkut! Rei da futilidade, rei da propagação de bobagens, poderoso meio para transmitir a todos um sentimento supérfluo e sem princípios. Rede que nos deixa vistos, e muitos o utilizam para exposição de trabalhos, meio de tirar dúvidas, aproveitar o contato com pessoas do Brasil e até do mundo todo. Há um porém, este “muitos” trata-se apenas de uma força de expressão, pois a grande maioria o utiliza para exposição pessoal, sem fundamento.
Como já citado, a futilidade é pegajosa, é transmissível e ninguém está livre dela. Muitos mantêm o controle, não ousam tanto quanto à exibição, apenas interagem com os outros. Mas não estamos livres daqueles (as) que vivem diretamente pelo exibicionismo. Tudo gira em torno da exibição, já não importa mais o “eu”, apenas aquilo que os outros pensam do “eu”. Essa é uma futilidade moderna, mas não vem de hoje, dar valor a coisas que não o tem, utilizar da superficialidade para viver, mostrar primeiro para depois aproveitar, são todos pontos altos da futilidade embutida na sociedade.
Todos deveriam sair deste mundo imaginário, deste mundo irreal, aproveitar cada minuto sem dar importância aos comentários que a foto renderá, afinal para que foto? Se tudo que há de bom estará guardado em nossas lembranças, as fotos apenas nos farão recordar de algo que sempre esteve ali, mas nunca terão o valor real para quem a vê apenas por ver e não viveu o que passou.
Há um mundo muito melhor, e basta a nós descobrir. Com certeza usufruirei de forma muito mais contemplativa o dia que me livrar deste mal, pois sei que mesmo eu tenho um pouco disso, assim como todos. A partir deste dia serei livre, livre para viver...
Futilidade, inutilidade, superficialidade... Futilidade, futilidade, futilidade. A repetição não fará ninguém melhor, mas abrirá os olhos de muitos (outra vez “muitos” é força de expressão, pois poucos, pouquíssimos – há menos que isso? – quase ninguém lerá isso! (achei)).
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