Ainda há aquelas que salvam. Sim, algumas propagandas têm o poder, por assim dizer, de nos livrar do mal contemporâneo. Pois se já não bastasse a interrupção desconfortante que há na programação televisiva, ainda nos põem de frente com “activias” da vida. Talvez esteja me iludindo ao pensar que meus tempos de criança trouxeram-me muito mais graça tratando-se de criatividade, muito embora os fatos me deem razão. Pra piorar – como se tivesse jeito – não mais se passa uma vez por intervalo a publicidade de um produto; são inúmeras as vezes. É muito contraditório uma emissora de televisão que prega frases como: “feita para você” – perdão, existe mesmo alguma emissora que fala isso? Acho que já ouvi – viver para os patrocinadores. Entendam-me que não há aqui um mal julgamento, todos precisam de ganha pão, mas compreendo ser errado essa “auto-propaganda” enganosa.
Vejam bem, existem algumas emissoras de televisão que empregam muito bem seu tempo comercial, dividindo democraticamente o interesse e entretenimento do telespectador com o interesse capitalista da empresa. Por outro lado, há quem divida o tempo tão “contra” o telespectador, que não sabe-se ao certo se acompanhamos um programa com intervalos ou um “tele-shop” com passagens de diversão. Pouco sou, e isso compreendo, perante os milionários da TV, entretanto, sinto-me injuriado quando levo uma hora para assistir um programa de quarenta minutos. Normalmente durmo nos intervalos, isso é fato. Programação de graça dá nisso.
Faça-se pouco caso da humildes emissoras e vamos ao que interessa. Mais do que qualquer um que impões tempos absurdos de intervalos, é agravado o caso de publicitários sem criatividade; já pensaram em cursar administração? – longe de mim fazer melhor, por essa e por outras que nunca levei adiante a ideia da publicidade. Há tanta coisa boa nesse ramo, e graças à esses – como já citado no princípio de tudo – é que continuo gostando de assistir propagandas. Os bons não são apagados pelos “maus”. Com toda sinceridade, não sei se me sentiria feliz fazendo alguns comerciais que giram a telinha do país. Não desmereço o trabalho de ninguém, afinal o pão não provém apenas daquilo que se tem gosto, mas minha opinião não muda.
As propagandas de rádio são tão diferentes. Notam o quão melhor é a narrativa de um jogo de futebol na rádio comparado à TV? Pois não dizem que um sentido é aguçado quando outro se perde? Fazer propaganda criativa – não apenas anúncios – para rádio, provavelmente requer uma criatividade tão mais apurada. Trata-se dos meios. Um requer mais que o outro. Na televisão qualquer bunda vende uma cerveja, no rádio, nem palavras proferidas pelos lábios carnudas de Angelina Jolie teriam essa persuasão. Alguém já viu uma revista tentar vender um produto através de um texto? Não? Eu não. As imagens é que vendem. Talvez seja este o problema de darmos tanto valor para a aparência e não para o “ser” do ser. Eu realmente fico impressionado com o alto teor de pessoas manipuláveis que habitam este planeta. Se eu tivese um desejo, pediria que todos os seres, os humanos, para precisar, tivessem o máximo possível de instrução, conhecimento e, olha só, vontade de aprender! Pensando bem, eu precisaria de dois pedidos, um para pedir que eu fosse uma pessoa super altruísta, assim não usaria meu pedido pra enriquecer ou trazer conhecimento somente para mim; muito embora dois pedidos pudessem fazer estrago maior ainda, poderia usar ambos para proveito próprio! Isso é um ciclo interminável, é melhor ficar sem desejos. Pra finalizar, aspiro que tenhamos alguém que presida o país com alguns dos desejos de um “eu” super altruísta. E se essa pessoa usar seu poder apenas pra seu benefício também? Tudo bem, estamos perdidos, e agora isto é o fato. Talvez ao menos consigamos alguém que saiba ler e escrever. Será? Acho que não; ta ai a televisão mais uma vez! Voltarei ao comercial do Activia, melhor isso do que a “cagada” das pesquisas eleitorais.