Mais um ano que se vai, e para o ano que vem tenho poucas, mas importantes pretensões. Como o caderno novo no começo do ano escolar, quero que o ano que vem ao menos comece bem. Sendo assim, se terminar de um jeito ruim, ao menos o começo foi a salvação. Desejo apenas que consiga me inspirar, fazer coisas boas e quem sabe escrever muito. Tenho alguns planos que ainda não sei se sairão do papel, muito embora pouco importe. Se não saírem ano que vem, fica para 2012 ou para mais tarde. O principal em 2011, é que a inspiração de boas ações e bons trabalhos me acompanhe. Quero fazer as coisas com mais prazer, continuar tentando como nesse ano, mas com mais vontade de fazer. Se esse novo ano, for como o ano que finda, já está de bom tamanho; espero que supere este, entretanto ficando igual e não pior, é um bom passo. Sei que o fim de ano não passa de uma data e, se não for por mim, nada mudará; mas acredito que estou caminhando numa estrada de boa evolução e, se nada me interromper, o período dos próximos 365 dias será cheio de crescimento e evoluções. Assim espero. Quem sabe nesse embalo e ritmo não trago novos e melhores textos. Há uma possibilidade. Que o novo ano tenha um começo formidável para todos.
terça-feira, 21 de dezembro de 2010
quinta-feira, 16 de dezembro de 2010
Espaço é o cú da velha.
É tudo sobre espaço, mas um espaço muito ilusório. Ninguém faz nada por puro altruísmo, e hoje tão menos por qualquer tipo de altruísmo. Não é muito generalizar, parece que só assim se consegue chamar a atenção das pessoas. Só se consegue atenção quando se mexe no “calo” dos outros. Hoje nada mais é pelo mental, sentimental ou espiritual; digo hoje porque é o que vivo, no entanto essa “decadência” é de tempo, muito embora somos evoluídos com relação ao passado. É uma contradição do caramba; ao menos para mim. Ninguém mais viaja ou “viaja” pra sentir a brisa. Carros voam nas estradas e pessoas voam em baladas só querendo chegar. Seja lá onde for. Eu dirigi bastante na estrada nesses últimos dias, e percebi uma certa euforia dos motoristas na busca por espaços. Ninguém sabe esperar. Imagino como deve ser a foda de uma pessoa que não é capaz de esperar meio minutos pra ultrapassar um carro. Alguém daqui trocaria a vida por um minuto a mais de sono? Pois existem centenas, milhares ou quem sabe quantos loucos que não pensariam duas vezes. Sendo assim, não sei porque os filmes dificultam tanto a compra e venda de “almas”; se fosse o diabo pararia numa estrada e a noite contaria o faturamento.
O pior é que o espaço não se trata só de vai-e-vem de carros. O ESPAÇO se encontra em todo lugar. O homem pouco se importa em conquistar alguma mulher, normalmente só busca um espaço nas bocetas soltas por ai. O que deveria interessar está muito mais fora de foco do que parece. Pessoas tiram fotos não para recortar, mas sim para ocupar os espaços pela internet; seja no Orkut, Facebook, ou no caralho que preferirem. Ainda há quem mantenha velhos hábitos, o de conquistar alguém, no entanto não passa de outra “conquista de território”. É tudo sobre espaço.
Ah, que pretensão sem rumo que as pessoas têm. Comem pra engordar, correm pra emagrecer; tudo está no físico a material. Garotos provavelmente nem pensam mais em comprar uma primeira “Playboy” às escondidas. Ta tudo na internet. E não que isso seja ruim. Mas um dia ouvi falar que o melhor da masturbação é quando se consegue criar as próprias “imagens”. Depois disso, no entanto, provavelmente já se tem sexo todo dia ou quase isso. Mas no fim nada disso é sobre sexo, trata-se apenas de uma demonstração. Tudo está mais complicado, por outro ponto é tudo mais acessível. É uma destruição em massa. Cada vez mais as pessoas ficam burras. Em contrapartida existem sempre aqueles que “buscam conhecimento”, como já diria nosso E.T. Bilu. Isso é o que mais me dá gás pra continuar. Outro dia eu via uma reportagem sobre uma cidadezinha na Itália, e lá as coisas pareciam fluir muito melhor. O tempo meio que “parou”, e não havia tanta preocupação como ilusório, como aqui e em quase todo o mundo.
Não encontro explicação coerente e simplória pra descrever o quão idiota as pessoas são. Inclusive eu. O pior do ignorante que vive como se o mundo fosse acabar amanhã, é o que vive desse jeito sabendo que o faz.
Eu digo que é tudo sobre espaço, porque cada um quer o seu posto, independente do que derrubar pela frente. Isso é o mais estúpido que um ser humano pode chegar; vinte e seis mil é o que vai passa a ganha um parlamentar de salário. Diz-se que cada parlamentar custa coisa de cento e dez mil reais por mês aos cofres públicos. Tem noção? Cara, eu racharia lenha das 6 da manhã às 8 da noite todo dia pra ganhar isso. Ô absurdo do inferno. Nós dividimos tudo por espaços e é assim que é. As pessoas se acostumaram a terem seu espaço e brigarem por ele. Neguinho tem que se foder mesmo, quem sabe mude essa concepção tão broxante.
quarta-feira, 8 de dezembro de 2010
Objetivos subjetivos
Sempre tive problemas com objetivos, mas isso não me impediu de completar alguns. Acho tonto o fato das pessoas que passam a vida planejando algo. Não vivem sem planos, mesmo que eles não se efetuem, o negócio é planejar. Eu era esse tipo de pessoa, e talvez até hoje seja. Mas vivo menos ligado hoje. Tenho dias e dias, mas na maioria tento me desligar de metodologia e apenas fazer. Entretanto há certos dias que acordo desesperadamente metódico, o que deixa em ruínas todo o meu trabalho para desmistificar o andar da vida. Plano é uma coisa meio idiota, necessária, mas idiota. As pessoas simplesmente colocam tudo que imaginam que vá acontecer num papel e se preparam para qualquer imprevisto. Normalmente, para mim, tudo acontece diferente.
Eu tenho uma séria aversão a objetivos planejados. Não consigo seguir um plano. Normalmente vou somente até a metade. Contudo não consigo largar de uma hora pra outra o meu “eu metódico”. Eu tenho certos costumes que me deixam cada vez mais “enojado”. Preciso de uma margem de segurança, obviamente pra me sentir seguro. Considero digno quem consegue viver sem tais margens. Por mais que sejam chamados de loucos, considero esses “aventureiros” os certos. Eu tenho uma dificuldade em manter as coisas do mesmo jeito. Quem dirá planejando. Talvez por isso, é que praticamente tudo que eu muito planejo fica pela metade. O único problema, é que, embora não goste de planejar, eu não consigo parar de planejar.
Sabe aqueles dias que se acorda sem nada na cabeça? É desses dias que eu gosto. Muitas vezes acordo já pensando em certas metas para o dia, e isso me incomoda. Preferiria acordar e simplesmente ver o que acontece, sem tanta preocupação, afinal no outro dia eu posso retomar, se algo sair errado. Não gosto de rotina, embora ela me dê segurança. Minha vida é uma filosofia controvérsia. Eu penso algo, mas não consigo seguir meus pensamentos. Isso sim é um problema. Admiro quem vive de um jeito mais tranquilo. E, não que minha vida seja tumultuada, mas eu tenho mania de viver uma rotina que não me agrada. Por exemplo, o fato de dormir e acordar sempre na mesma hora ou aproximada me atordoa. Gosto de dormir cedo, pelo menos de uns tempos pra cá, tanto quanto gosto de acordar cedo, mas às vezes gostaria apenas de mudar isso.
Eu, desde sempre planejei, e tenho tentando mudar isso. É complicado, mas necessário. Acho que cada um de nós deveria encontrar algo que realmente gosta de fazer, não considerando simplesmente o fato de quanto e como se vai ter algum retorno. Trabalhar deveria ser muito mais um prazer. Tipo: “hoje eu to meio estressado, prefiro pegar leve, fazer isso e deixar aquilo pra amanhã”, sei lá algo que não necessitasse de uma rotina coordenada independendo do que se passa com a subjetividade de cada um. A maioria das pessoas e especialistas gostam de dizer que o trabalho não deve ser misturado à vida pessoal; eu discordo, acho que deve sim ser misturada com a vida pessoal. Se eu quiser ser um palhaço, o mínimo é que eu tenha senso de humor no meu dia-a-dia. Acho que as coisas deveriam ser mais homogêneas, menos obrigação e mais prazer. Menos dinheiro e mais vontade. É isso, a vontade e o prazer que devem ser a faísca que incendeiam o trabalho do homem. É burrice viver diferente. Ainda vivo pelo lado errado, mas com certeza ter me dado conta de tal fato já é um passo à frente que dou.
quarta-feira, 1 de dezembro de 2010
Esquecendo
Se eu tentasse unir todas as ideias num pedaço de papel, seria inevitável que inúmeros fatos passassem batidos. São tantos pensamentos constantes, tantas visões passageiras, pensamentos que simplesmente se esgotam por falta de cultivo. Há de se entender que o número de informações recebidas é imensamente maior que o útil e, constantemente, o filtro da minha cabeça falha ao separar o lixo. Imagine se escrevesse a história da minha vida; será que contaria tudo que gostaria de contar? Duvido muito. Às vezes eu leio uma porção de coisas, mas não sei dizer o que de fato quero sobre as leituras. Quantas vezes quis citar autores, trechos ou simplesmente os títulos, entretanto era como se os livros jamais tivessem estado sob meus olhos. Acho que é simples falta de concentração. Agora mesmo tento lembrar-me de um livro, algo recente que eu tenha lido, me vem muita coisa à cabeça. O esquecimento parece não ser tão rigoroso assim.
Talvez, e muito provavelmente, a seleção “natural” das informações não seja a melhor saída. Mas alguém sabe burlá-la? Sinceramente não creio que as dicas da televisão resolvam alguma coisa. Eu simplesmente esqueço e, embora reclame, isso torna as coisas mais emocionantes. Sinto, de fato, quando o conhecimento e as informações descem ralo abaixo; por vezes tomo até como perda de tempo o estudo que tive para obter aquilo, mas não, a fração de tempo que fui contemplado pelo conhecimento já é válida.
Vejo pessoas que não querem envelhecer, eu cismo por não esquecer. Será possível? Meu intelecto tem chances mediante o esquecimento? Talvez tenha. Gozo, ao menos, da possibilidade de manter o saber vivo. O meu saber que vale mais que mil poções de “imortalidade”. Afinal, meu corpo pode perecer, contudo o espírito jamais, com ele ficará todo o meu saber.
Eu acredito no esquecimento, mas então por que não esqueço aquilo que quero? Por que lembranças do meu saber vão embora, mas lembranças que entristecem vêm à tona? Dizem alguns, que o esquecimento da infância é por ter sofrido algo traumático. Eu não tive uma infância traumática, mas por que não a lembro? E outra, por que os verdadeiros traumas não vão embora? Queria eu controlar com perfeição todo o esquema da memória. Talvez eu não queira esquecer, mas são lembranças que embaraçam, dão um friozinho na barriga e muito pouco trazem alegrias. Pergunto-me ainda, por que coisas que passaram, pensava eu até estarem enterradas, voltam? Vêm à tona lembranças que não quero esquecer, mas seria melhor se não as lembrasse. Como na leitura de um livro, posso não lembrar os mínimos detalhes, entretanto o sentimento da história continua vivo, de forma a desencadear uma série de conflitos. Faz parte da seleção, uma seleção que com certeza eu não teria coragem de fazer. O esquecimento faz parte, mas ainda não sei se quero ou não tê-lo.