sexta-feira, 27 de março de 2009

Vale a pena ler.

Trago hoje trechos de duas colunas do jornal "O Sul", do dia 27 de março de 2009, popular hoje. 

Políbio Braga. O Sul - 27 de março de 2009.

"Vale-casa, sim, mas sem compromisso.

É que o governo explicou em alto e bom som que não sabe quando entregará as casas que prometeu. De olho em 2010 e em Dilma, o governo federal fará novos lançamentos nos principais Estados. Vale-casa, sim, mas sem compromisso. 

Dá para imaginar o que diria a oposição, caso a governadora Yeda Crusius anunciasse um programa de asfaltamento de todas as rodovias gaúchas, sem assumir o compromisso de entregá-las em algum momento da história. Isto até nem é o pior. 

O governo Federal resolveu fazer demagogia barata em cima de crise global, e não se dispôs a prevenir, circunscrever e ultrapassar, e dentro das medidas mitigatórias que anunciou, incluiu o benefício de dois meses suplementares de seguro desemprego para todos. Sem fazer as contas, descobriu que não tinha dinheiro para bancar o benefício. Assim, dos 1,5 milhão de trabalhadores demitidos em dezembro, resolveu pagar apenas 103 mil deles - 82% dos quais em São Paulo, porque se sabe que Brasil é apenas São Paulo. "

Clésio Boeira - O Sul - 27 de março de 2009.

"Discretamente - Estudantes fizeram uma caminhada, ontem, do Colégio Júlio de Castilhos até a Praça da Matriz. A maioria estava com a cara suja de tinta. Talvez tenha sido uma espécie de máscara para esconder a vergonha por não terem saído às ruas para protestar contra o mensalão, no governo Lula, o maior escândalo de corrupção da história do Brasil. A "quadrilha", como definiu o procurador da República, Antônio Fernando de Souza, movimentou perto de R$ 60 milhões, sem contar o que teria sido depositado no exterior. 

Olhos azuis - A demagogia pode ser racista, sim. Leia a declaração do presidente Lula ao se encontrar ontem com o primeiro-ministro do Reino Unido, Gordon Brown: "Não podemos permitir que os pobres paguem por uma crise feita por ricos, sobretudo porque ela não foi gerada por nenhum negro, índio ou pobre. Essa crise foi feita por gente branca, de olhos azuis, que, antes da crise, sabia tudo e, agora, não sabe de nada."

Concluo, após muitos dias de reflexão e um auxilio de opiniões lidas e ouvidas, que Yeda, com muitos méritos no estado, estes não levados em consideração pela população leiga, é uma ótima economista. E com muito empenho, quando o estado estava falido, conseguiu zerar o déficit gaúcho. E Lula? Ele com certeza perde feio para Yeda, afinal nossa governadora consegue administrar o estado de uma forma muito mais convincente. No entanto nosso presidente é um ótimo, um excelente, e por que não, extraordinário político. É um "paizão" dos pobres, consegue derrubar qualquer boato que possa incomodar seu mandato. Esta é a diferença, uma grande administradora, mas com o maior poder está aquele que cai no gosto do povo sem muito esforço. 

Quem sabe, um dia achamos alguém com ambas as qualidades. (Duvido!)

 

quinta-feira, 26 de março de 2009

Tempos que não voltarão... e nem precisam voltar.

Jamais sairá da cabeça aquela utopia de quando criança. Quando não conhecia a verdade, não era assolado pelas notícias da TV, manchetes sujas de sangue. No tempo que minha maior preocupação se fazia pela morte dos “Mamonas”, que teve tanta influência em minha vida. As informações a mim não chegavam, não conhecia o passado e nem imaginava o futuro, acreditava que a perfeição existia e que todos viviam bem. Não sabia de guerras (não sabia o significado da palavra guerra), nem de genocídios, minha mente era livre de toda e qualquer preocupação. Bons tempos os que problemas não existiam, e mesmo que existissem um choro bastava. E eu, mesmo ainda jovem, já sinto falta da mente livre, sem os problemas corriqueiros.

 

Mas aqui estou, e voltar no tempo não consigo. E se pudesse? Não voltaria mesmo assim. Afinal a falta da “vida fácil” é sentida, mas nada pode substituir a experiência de vida, aquilo que “catei” pelo caminho, as pessoas que ficaram, e mesmo aquelas que logo saíram. Faça-se uma reflexão (e agora na 1ª pessoa do plural), como reclamamos, o quanto culpamos os outros e o quanto fugimos dos problemas. Não temos vontade e muito menos coragem para enfrentá-los, só o fazemos se não há escapatória, mas estes, os nossos problemas, são os responsáveis pelas melhores experiências e aprendizados da vida. Através deles unimos todas as forças para chegarmos ao “final” e neste caminho, ou mesmo quando findamos esta trajetória, é que encontramos tudo e todos que marcarão nossas vidas.

 

1ª pessoa do singular...

 

Então com estes pensamentos certamente sempre resolverei qualquer coisa, passarei por qualquer obstáculo e se realmente quiser, o final que eu espero sempre será alcançado. É assim que as coisas acontecem. Nada é por acaso e tudo é resultado de um grande esforço, de muita dedicação. Nunca digo e jamais direi que “a sorte está ao meu lado”, pois deste modo no fim de tudo o mérito jamais será meu. E a minha luta por qualquer que seja o objetivo terá sido em vão, afinal a melhor forma de aliviar uma dor é chegar ao final e poder comemorar e gozar de todos os esforços antecedentes.

 

 

segunda-feira, 23 de março de 2009

Ironias e desabafos...

Deparo-me com uma página no Jornal “O Sul” repleta de frases do falecido Clodovil. A que mais me chama atenção segue abaixo:

 

“Ele [presidente Luiz Inácio Lula da Silva] é uma pessoa, merece respeito. Agora, no cargo hierárquico mais importante do país, não posso respeitá-lo. Ele sai de uma quadrilha, sai de um Ali Babá e vira Herodes, começa a pagar 80 reais para crianças nascerem e depois morrerem de fome. E, depois, as besteiras que ele disse, comparando-se a Jesus Cristo, a Tiradentes. Ele é um anormal, não pode ser uma pessoa normal.”

 

Clodovil criticando Lula antes de concorrer a uma cadeira da Câmara dos Deputados, em 2006.

 

Grande coragem para falar aquilo que pensa sabendo que a mídia trataria de publicar. Todos sabem que ele não tinha vergonha nem medo de falar nada, e tudo que proferia causava impacto e muita discussão. Apesar de muitos despreza-lo (inclusive este que escreve), não gostar de suas atitudes, as verdades ditas são, com certeza, algo que ficará marcado e merece os parabéns. 

 

Falando nisso I

 

Falando no presidente do país que tanto me orgulho (não sabem o quanto), sua aprovação mediante a população caiu (finalmente). Caiu pouco, mas com os resultados de pesquisas feitas até hoje qualquer queda é sinônimo de alívio (para mim pelo menos). Se esta aprovação “astronômica” continuasse certamente um terceiro mandato estaria a caminho (e ninguém me convence que não). Espero que Dilma, não caia no gosto popular assim como o atual presidente.

 

Falando nisso II

 

Esquerda, quadrilha, etc (me limito a essas duas). Isso me leva a outro assunto, no qual não preciso me aprofundar. A manchete já diz tudo: HUGO CHÁVEZ DIZ QUE BARACK OBAMA É UM “POBRE IGNORANTE”.

Faltam-me palavras após este comentário. Principalmente vindo de uma pessoa tão inteligente, que certamente freqüentou muitas aulas junto com seu “colega” brasileiro (sabem a quem me refiro). Certamente levará algum tempo para que consiga refletir sobre o assunto e criar um texto conciso expressando minha opinião. Então deixo apenas a manchete para todos refletirem.

 

Ser irônico me faz bem...

 

 

sexta-feira, 6 de março de 2009

Impunidade

Consciência: verdade; honestidade; retidão; honradez; conhecimento, ciência; fato que produz remorso.

Palavra que sintetiza boa parte do que nos falta. Já não temos honra, não temos dever com a verdade, nos falta lucidez para diferenciar o certo do errado, achar o culpado já não é mais nossa principal tarefa, mas sim não deixar que nos culpem. Todos vivem em meio à desconfiança, não podendo crer nem nos entes mais próximos. 

Não somos honestos, não somos honrados, não fazemos questão da verdade, logo vivemos inconscientemente. Não medimos nossos atos, pensamos apenas naquilo que nos beneficiará. Somos inconscientes e inconsequentes. Pela primeira vez generalizo. Não me limito a falar dos outros, não falo apenas de quem já foi posto a prova, afinal será que faríamos o mesmo no lugar “deles”?

 Certamente algo para se refletir...

Falo agora sobre impunidade. A impunidade no Brasil, as leis que não funcionam. Escutei um comentário e sobre o mesmo refleti. Tal foram as palavras: “As punições dos bandidos são mais eficientes que as da polícia.” E tenho que concordar com esta afirmação, afinal isso é fato. Sempre surge um comentário do tipo: “Espera este pedófilo ir para a prisão, vai virar mulherzinha!”, botamos nossa fé de punição naqueles que deveriam ser punidos, e fazemos isso como pessoas desesperadas que somos, pois não podemos mais acreditar que alguns anos de cadeia trarão algum resultado. Este pensamento é consequência da impunidade, da revolta. Estamos chegando ao limite da paciência.

E sobre o casal jogado de um precipício? O que aconteceu com os marginais que fizeram isso? Apanharam, e agora estão presos. Apanharam de quem? De traficantes, esses que, apesar de estarem fazendo algo ilegal, ainda seguem alguma lei, têm princípios, não toleram violência como esta ocorrida. Talvez algumas mudanças no modo que tratamos os marginais brasileiros seja a saída, a solução para muitos problemas.

Agora para finalizar posto uma notícia:

IRANIANA VAI QUEIMAR O OLHO DO “EX-NOIVO”.

A iraniana Ameneh Bahrami, 30 anos, que ficou cega em 2004, ao ser atacada com ácido pelo ex-namorado, após recusar proposta de casamento, decidiu aplicar a chamada lei do talião. Ela é permitida pela legislação do Irão, que consiste na reciprocidade do crime e da pena.

Ameneh, que vive em Barcelona (Espanha), onde passou por diversas operações nos olhos, diz que negou o pedido de piedade do autor do crime, que era seu companheiro de faculdade. Ela lembrou que o homem não teve compaixão ao cometer o crime.

A iraniana afirmou, inclusive que ele terá sorte, pois será anestesiado antes de levar gotas de ácido no rosto. Na quarta-feira, ela esperava uma carta judicial para viajar ao Irã. Embora não seja capaz de cumprir a sentença por estar cega, garante que “há muita gente que quer fazer isso”.

EXECUÇÃO – Segundo a legislação iraniana, Ameneh só poderá cegá-lo de um olho caso não pague os 25 mil dólares exigidos para executar a sentença total, já que, de acordo com as leis do país, a mulher só vale 50% do homem.

Em 2002, ela estudava eletrônica numa universidade em Teerã quando conheceu o jovem Majid Movahedi. “Ele enlouqueceu por ela”, comentou Aziz Movahedi, pai de Movahedi. Entretanto, Ameneh não correspondia a seus sentimentos. Em 2003, a mãe dele visitou os pais de Ameneh para propor o casamento dos filhos. “Eu recusei educadamente”, afirmou Ameneh.

AGRESSÃO – Movahedi não aceitou a recusa e começou a esperá-la na porta do trabalho. Um dia, ela estava em um parque quando alguém bateu no seu ombro. Ao virar-se, um fluido que queimava espalhou-se pelo seu rosto. Segundo os médicos, a iraniana que fugiu do Irão por medo, vive sozinha há quatro anos em um quarto alugado graças a ajuda de 500 dólares do governo espanhol. Ameneh chegou a manter 40% de visão em um olho, porém, uma infecção a deixou totalmente cega.

 O Sul, 06/03/2009.

O sentimento de impunidade passa longe com essa notícia, é “olho por olho”, literalmente. Nada mais justo que a punição na mesma moeda, já que tudo foi feito conscientemente por Movahedi. Enquanto a vítima não tem tempo de se defender, o criminoso, que normalmente faz tudo conscientemente tem direito de defesa e a punição nunca é tão grande, afinal na prisão tem refeição, lugar onde dormir e tudo isso pago com nosso dinheiro, com o dinheiro do lesado, de sua família, de seus amigos. Isso mesmo nós financiamos o “bem-estar” de quem nos prejudica. É assim no Brasil, neste país de impunidade, de inconsciência, de desculpas, de mentiras. Torço para que um dia consigamos seguir alguns exemplos do oriente, não precisamos ser tão extremos, mas achar o culpado e puni-lo de forma convincente já é o suficiente. E que assim possamos acabar com boa parte dos criminosos, inclusive com aqueles que vemos todos os dias na mídia de terno e gravata.